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Zelensky recebe apoio de Biden e Kamala antes de se reunir com Trump

26/09/2024 09h43

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, conseguiu, nesta quinta-feira (26), em Washington, um novo pacote de ajuda de seu contraparte americano, Joe Biden, e o apoio da vice, Kamala Harris, antes de se reunir com Donald Trump, muito crítico a ele e à ajuda dos Estados Unidos para a Ucrânia.

"Vou me reunir com ele amanhã de manhã por volta das 09h45 na Trump Tower", anunciou em Nova York o ex-presidente Trump, candidato republicano à Presidência.

"Acho que vou poder concluir rapidamente um acordo entre o presidente Putin e o presidente Zelensky", disse, garantindo que não quer uma "capitulação" da Ucrânia, como sugeriu Harris, sua adversária democrata nas eleições de 5 de novembro.

Zelensky participará da reunião com Trump, reconfortado pelo apoio do governo democrata, mas preocupado com o que poderá acontecer se Trump vencer as eleições, que se anunciam muito acirradas.

"A Rússia não vai vencer. A Ucrânia vai vencer, e vamos continuar apoiando-os em cada passo do caminho", disse Biden a Zelensky, que vestia sua tradicional roupa em estilo militar, no Salão Oval da Casa Branca.

Para "ajudar a Ucrânia a vencer esta guerra", o presidente americano anunciou, nesta quinta, um "aumento da ajuda no tema da segurança", sem mencionar o aval que Kiev espera para disparar mísseis de longo alcance fabricados nos Estados Unidos contra o território russo.

- "Apoio inabalável" -

"Meu apoio ao povo ucraniano é inabalável", disse Kamala Harris, vice-presidente e candidata às eleições de novembro, durante uma reunião em separado com o presidente ucraniano.

Ela criticou aqueles que "obrigariam a Ucrânia a ceder grandes partes de seu território soberano, aqueles que exigiriam que a Ucrânia aceite a neutralidade", referindo-se a Trump.

"Estas propostas são as mesmas que as de (o presidente russo, Vladimir) Putin. E sejamos claros, não são propostas de paz. Ao contrário, são propostas de rendição", acrescentou, sem mencionar seu adversário pelo nome.

Este último foi sarcástico em suas críticas a Zelensky, a quem acusou na quarta-feira de se negar a "concluir um acordo" com a Rússia.

"Cada vez que vinha ao nosso país, ia embora com 60 bilhões de dólares" (aproximadamente R$ 326 bilhões), afirma Trump.

- "Uma paz justa" -

"Esta guerra pode ser vencida e uma paz justa pode ser alcançada, mas só com os Estados Unidos", argumentou o chefe de Estado ucraniano, que apresentou seu "plano para a vitória".

Biden pediu a realização de uma cúpula de alto nível na Alemanha com 50 países aliados da Ucrânia "para coordenar os esforços".

O presidente democrata, de 81 anos, um dos principais artífices do apoio ocidental à Ucrânia desde a invasão russa ao país, em fevereiro de 2022, decidiu desembolsar no total US$ 8 bilhões (R$ 43,5 bilhões, na cotação atual).

Biden, que desistiu de disputar a reeleição e que, portanto, deixará o poder em janeiro, segue gastando os fundos de US$ 61 bilhões (R$ 331,8 bilhões), votados a duras penas em abril por um Congresso polarizado politicamente.

Pela manhã, Zelensky foi recebido no Congresso pelos líderes dos partidos Republicano e Democrata no Senado, ambos usando gravatas amarelas e camisas azuis, as cores da Ucrânia.

O presidente ucraniano "revelou os pontos principais de seu plano de vitória", segundo um resumo da reunião, distribuído por sua equipe.

A visita ocorreu um dia depois de Putin ameaçar com uma possível mudança na doutrina sobre o uso de armamento nuclear.

"É um sinal que adverte estes países das consequências de participar de um ataque contra nosso país com meios diversos, não necessariamente nucleares", disse o porta-voz da Presidência russa, Dimitri Peskov.

No terreno, a Rússia reivindicou a tomada de Ukrainsk nesta quinta-feira.

Esta cidade fica 30 km a oeste da cidade de Donetsk, capital da região homônima, cuja anexação é reivindicada por Moscou.

As tropas russas tentam ocupar a totalidade da região de Donetsk, e exigem que Kiev retire seus soldados dali, assim como das regiões vizinhas de Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, como condição prévia para abrir as conversações de paz.

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© Agence France-Presse

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