Topo
Notícias

OPINIÃO

Toledo: Marçal pode pintar e bordar, mas não há espaço no 2º turno

do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/09/2024 19h27Atualizada em 26/09/2024 19h29

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) oscilou para cima na pesquisa Datafolha divulgada hoje e pode até usar esse argumento para dizer que permanece no jogo, mas, na avaliação do colunista UOL José Roberto de Toledo, não há espaço para ele no segundo turno, mesmo se ''pintar e bordar'' até a urna.

Obviamente, para a campanha do Marçal, o fato dele ter oscilado para cima, mesmo que não signifique nada estatisticamente, vai ser uma injeção de ânimo, vai ser um argumento enganoso para dizer que está no jogo e está com chance de ir para o segundo turno. A pesquisa sempre influencia o resultado da eleição. Se não fosse assim, não existiria campanha de voto útil.

O passado às vezes ajuda a esclarecer o presente. Eleição de 2020: se a gente somar as intenções de votos de Russomanno, Joice Hasselmann e Mamãe Falei dá 20%. Esse patamar de 21% para candidatos antissistema que não gostam da política, que votam nesse tipo de pessoa é quase uma constante na eleição paulistana. O Marçal está nessa faixa, mas ele monopolizou, não tem para ninguém. Tinha três na eleição passada, nesta só tem ele. Não acho que ele vá sair daí.

A única hipótese que poderia acontecer dele chegar no segundo turno para enfrentar o Boulos seria o eleitorado bolsonarista menos antipolítica e mais de direita por outras razões, com convicções diferentes, achar que ele é mais viável para derrotar o Boulos no segundo turno. Mas isso não é verdade, a rejeição dele oscilou de 47% para 48%, ele é inelegível, não tem como ele ganhar eleição. (...) Marçal vai pintar e bordar daqui até a urna, mas não vejo espaço para ele chegar no segundo turno. José Roberto de Toledo, colunista do UOL

Já para Boulos, a pesquisa mostra que o psolista precisa conseguir conquistar votos do eleitorado periférico, que hoje está em grande maioria com o prefeito Ricardo Nunes. Sem o voto da periferia, Toledo avalia que será muito difícil para Boulos ganhar a eleição.

Nessa campanha de 2024, o Boulos está mais forte no centro rico do que na periferia mais pobre. Quem oscilou positivamente na última pesquisa da semana passada do Datafolha na periferia foi Ricardo Nunes. Isso significa que a campanha de Ricardo Nunes está sendo mais eficiente para comunicar o que ele fez. Mas é difícil a campanha conseguir comunicar algo que esteja muito em contraste com o que o prefeito fez. De alguma maneira, há uma percepção de um terço da população pobre de São Paulo de que ele fez alguma coisa certa.

O voto para prefeito de todos os votos é o mais pragmático, o cara pensa antes de tudo o que vai melhorar na vida dele. Está muito mais preocupado com isso do que ideologia, Venezuela, se é Lula ou Bolsonaro. (...) Se a campanha do Boulos não conseguir crescer nesse eleitorado, é porque tem algum problema, ou de comunicação ou, mais grave para o Boulos, se de fato o prefeito tiver uma percepção mais positiva que ele. Porque daí, sem esse eleitor no segundo turno, é muito difícil ganhar a eleição. José Roberto de Toledo, colunista do UOL

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja a íntegra do programa:

Notícias