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Tarcísio compara relação com Nunes à de Serra com Kassab, alvos de bolsonaristas

São Paulo

26/09/2024 21h38

Em ato de campanha com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), comparou a relação entre os dois com a parceria entre o ex-governador José Serra (PSDB) e o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD). Os dois são alvos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem Nunes tenta associar sua imagem em busca do voto conservador.

"Estabelecemos um sistema poucas vezes visto de cooperação (entre governo do Estado e Prefeitura). Essa dobradinha talvez (tenha acontecido) na gestão Serra com o Kassab, em outros tempos. Não é comum e tem que ser celebrado", disse Tarcísio em encontro com investidores da Genial em São Paulo nesta quinta, 26.

Kassab tem sido alvo de bolsonaristas nas redes sociais por não declarar apoio ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Serra, em 2022, endossou Lula (PT) no segundo turno contra Bolsonaro (PL) e virou "comunista" para os apoiadores do então presidente, candidato à reeleição.

Serra foi governador de São Paulo de 2007 a 2010. Kassab, que havia sido vice na Prefeitura paulistana, assumiu o posto de prefeito em 2006 e ficou até 2012.

Nunes usou o evento da Genial para mais uma vez se mostrar colado em Tarcísio, chamando-o de "querido irmão" e "parceiro" e citando agendas em que esteve com o governador pela cidade.

Aos investidores, Tarcísio disse que estava no evento "em missão de testemunho" a respeito de sua relação com Nunes. Ele citou ações conjuntas com a Prefeitura, como na integração do aplicativo SmartSampa com a Polícia Militar, e afirmou que Nunes é "liberal, conservador e alinhado" à sua gestão. Nenhum dos dois citou Bolsonaro em discursos ou entrevistas.

Nunes descarta mudança de postura contra Marçal

Após os episódios de violência verbal e física envolvendo sua campanha e a do adversário Pablo Marçal (PRTB) na disputa pela Prefeitura, Nunes descartou mudar de postura nos próximos debates.

"Da minha parte, não (há mudança de estratégia). Espero que os organizadores (dos próximos debates) possam manter a ordem", afirmou o prefeito, acrescentando que considera fazer embates propositivos e tranquilos. A Record realiza debate neste sábado, 28.

Nunes afirmou ainda não saber se terá junto dele nos bastidores do próximo debate seu marqueteiro Duda Lima, que foi agredido por um assessor de Marçal no último encontro, organizado pelo grupo Flow. "Não sei se ele vai. Essa pancada não é só a pancada. Essa agressão não é só física, mexe na pessoa. Se ele não for, vou compreender".

Com a disputa por vaga no segundo turno da disputa ainda em aberto, como mostra a pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta, Nunes e Tarcísio fizeram referências a falas de Marçal, que tem chamado o prefeito de comunista. "Ele é comunista e está apoiando a privatização da Sabesp?", questionou Tarcísio.

Nunes, por sua vez, afirmou que gerenciar a cidade é "humanamente impossível" para alguém com "desequilíbrio emocional", em referências a uma das bandeiras de Marçal, que fala em ensinar inteligência emocional nas escolas e acusa os adversários de desequilíbrio.

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