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Chambriard: Petrobras vê gargalo em fábricas no exterior e cobrará prazos

André Ribeiro - 24.mai.24/Agência Petrobras
Imagem: André Ribeiro - 24.mai.24/Agência Petrobras

Marta Nogueira;Rodrigo Viga Gaier;Fabio Teixeira;

26/09/2024 10h03

A Petrobras vai chamar fornecedores para perguntar por que fábricas no exterior "começam a atrasar" as entregas, enquanto as unidades industriais das mesmas empresas no Brasil estão ociosas, afirmou a presidente da petroleira estatal, Magda Chambriard, nesta quinta-feira (26).

A executiva disse que cobrará dos fornecedores o cumprimento de prazos na entrega de projetos e ressaltou ainda que a companhia considera governança e ética como "pilares essenciais" na relação com a indústria.

"Nós temos fornecimento em fábricas no exterior lotadas que estão se tornando gargalo, enquanto a mesma fábrica no Brasil encontra-se ociosa. Vamos perguntar o que está acontecendo", disse Chambriard, em discurso ao dar início à sétima edição do Prêmio Melhores Fornecedores, durante o congresso de petróleo e gás ROG.e.

"É inconcebível ter fábrica no exterior sendo gargalo... vamos rever isso de forma urgente."

Ela não chegou a mencionar o chamado "custo Brasil", algo comumente expresso por empresários para falar das despesas presentes no país que afetam a produtividade e a eficiência da economia brasileira, que incluem questões ligadas a burocracias, tributos e infraestrutura.

No evento, 31 empresas serão premiadas em 34 categorias, seis delas para as que mais se destacaram nas iniciativas Ambiental, Social e Governança (ASG).

Aos fornecedores, na plateia, Chambriard afirmou que não basta apenas desenvolver soluções, "tem que chegar a tempo e à hora para não atrasar nossa produção".

A executiva tomou posse em maio, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter decidido retirar Jean Paul Prates do comando, em movimento que buscou acelerar projetos da companhia, além de reforçar o papel da empresa como impulsionadora de emprego e renda no país.

Parte das principais demandas de Lula está relacionada a uma busca por um aumento da contratação pela Petrobras de obras no Brasil, como em estaleiros.

A executiva também brincou ao dizer que a transição energética na Petrobras tem o tamanho do diretor-executivo de Transição Energética e Sustentabilidade, Mauricio Tolmasquim, que tem a estatura alta.

Em contrapartida, ela disse que os cheques da Petrobras precisam ter o tamanho do diretor-executivo Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo, que por sua vez tem a estatura mais baixa.

Chambriard também destacou em sua fala a importância da governança da Petrobras, citando o nome do diretor-executivo de Governança e Conformidade da companhia, Mário Spinelli.

"Sim, a governança existe e tem cara na Petrobras", afirmou.

Spinelli, em sua fala, disse que a empresa "não raramente" é acusada de ser rigorosa pelos fornecedores, mas defendeu que é um papel importante a ser desempenhado. O diretor disse que a companhia já avaliou 33 mil fornecedores quanto aos níveis de integridade e proteção de direitos humanos.

Segundo Spinelli, a companhia está agora em negociações com a Organização das Nações Unidas (ONU) para a criação de projeto que visa disseminar práticas de integridade e de proteção de pessoas em pequenos e médios fornecedores.

Também durante o evento, o diretor-executivo de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, disse que Chambriard tem "cobrado muito" nas atividades de downstream, diante dos projetos que virão, pois é preciso tomar conta das pessoas.

De acordo com França, nos próximos quatro anos, a petroleira prevê 2,5 bilhões de dólares em paradas programadas no refino.

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