Buddemeyer quer expandir suas exportações e retoma operação na Argentina
A Buddemeyer quer expandir suas exportações, devido ao enfraquecimento da oferta do segmento 'cama, mesa e banho' no mercado externo, é o que diz Rafael Buddemeyer, CEO da empresa. Ele foi convidado do "UOL Líderes", videocast do UOL Economia que entrevista líderes do mundo empresarial.
Na entrevista, Rafael Buddemeyer também afirma que a empresa retoma as operações na Argentina.
São janelas de oportunidade. A gente vê que o 'cama, mesa e banho', um segmento como o nosso, é normalmente muito maduro. Não há grandes disrupções rápidas. Então, você tem que ir degrau a degrau, passo a passo. Para fazer isso, a gente vai vendo que há oportunidades de enfraquecimento da oferta no mercado externo. A gente vai tentar buscar esse pedaço.
Rafael Buddemeyer, CEO da Buddemeyer
A nossa qualidade e marca tem feito um diferencial e se mostrou interessante para vários países.
Rafael Buddemeyer, CEO da Buddemeyer
Hoje, a Buddemeyer exporta seus produtos para mais de 50 países. Contudo, diz a companhia, 75% desta produção é destinada para o mercado interno. A produção do Grupo está concentrada em duas fábricas em Santa Catarina: em São Bento do Sul (fábrica e centro de distribuição) e em Campo Alegre (fábrica). Anualmente, a companhia vende cerca de 50 milhões de peças.
O Grupo Buddemeyer é líder do segmento premium de cama, mesa e banho. Há mais de 70 anos no mercado, a companhia tem três marcas: Buddemeyer (indústria), Casa Almeida (rede de varejo) e Empório Bud (voltado para vendas B2B). Em 2023, o faturamento foi de R$ 505 milhões.
Retomada da operação na Argentina
Na entrevista, ele diz que a Argentina voltou a ser um mercado consumidor dos produtos Buddemeyer. A empresa mantém uma planta na Argentina há muitos anos, mas estava estagnada. No início deste ano, a companhia retomou sua operação na Argentina, onde mantém uma fábrica e um centro de distribuição na capital Buenos Aires.
Agora, a gente amplia essa distribuição de novo até para o consumidor argentino ter opção. O mercado ficou tão pobre que ele não tinha nem opção. Ele tinha poucas opções. Agora, ele começa a abrir-se para o mundo, e nós vamos querer ser uma dessas opções.
Rafael Buddemeyer, CEO da Buddemeyer
Para o CEO, a China também é um mercado promissor. "É onde você tem mais pessoas com poder aquisitivo mais forte que podem consumir os nossos produtos", declara.
China e concorrência desleal
A China pode ser um parceiro da companhia no futuro. "Existe uma classe média crescente, grande na China. Nós estamos em projetos de expansão de exportação, um deles é vender na China. Por quê? Porque é um mercado, hoje, maduro, que consome produtos e tem essa vontade. E como a gente tem design e qualidade para isso, por que não?", declara.
Para ele, a concorrência chinesa "não assusta tanto quanto assustava no passado". "Mas é preciso olhar a concorrência desleal", declara.
O que a gente tem que olhar é a concorrência desleal. A concorrência que não tem procedimentos, que não tem qualificações. Aí é um pouco mais complicado.
Rafael Buddemeyer, CEO da Buddemeyer
Sustentabilidade e preocupação ambiental
A preocupação ambiental faz parte da filosofia do Grupo. "Nós sempre tratamos essa parte de meio ambiente com uma força muito grande. Mesmo antes de existirem leis mais fortes em relação a isso, desde a década de 80 a gente já faz tratamento de efluentes onde a água sai mais limpa do que ela entrou", afirma.
A empresa tem certificação de carbono neutro. No ano passado, a companhia recebeu a certificação Carbono Neutro 2021/2022. "Nós temos há mais de cinco, seis anos certificação de carbono neutro. Nem se falava em carbono neutro há cinco anos da mesma forma que se fala hoje de ESG", declara.
Embalagens serão de tecido. Outra medida que está sendo adotada é substituir, gradualmente, o uso de plástico nas embalagens por tecido e materiais biodegradáveis.