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Bolsonaro chama Caiado de 'covarde' e volta a criticar isolamento na pandemia

São Paulo

26/09/2024 14h54

Aplaudido pelo público de Goiânia (GO) ao falar que não se vacinou contra o coronavírus, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitou a deixa e chamou o governador de Goiás Ronaldo Caiado (União Brasil) de "covarde" pela atuação do chefe de Estado durante a pandemia de covid-19.

Durante um comício nesta terça-feira, 24, Bolsonaro criticou governadores que aderiram a medidas de isolamento social para combater o avanço da disseminação do vírus. "Criaram um terror no Brasil. Nós, na pandemia, fizemos o que tinha que ser feito. Fui contra governadores que falavam 'fiquem em casa, a economia a gente vê depois'. Governador covarde! Governador covarde! O vírus ia pegar todo mundo, não tinha como fugir do vírus", disse o ex-presidente, sem citar Caiado nominalmente. O público presente gritou o nome do governador. Procurada pelo Estadão, a assessoria do governador não comentou o caso.

Os dois chegaram a romper ainda durante o primeiro mês da emergência sanitária, em maio de 2020, mas atualmente seguem como aliados políticos, com Caiado sendo um dos apontados como sucessor do ex-presidente em 2026, que está inelegível até 2030. O próprio governador tem citado a intenção de candidatar-se à Presidência, mas compõe uma lista com outros possíveis nomes de governadores para herdar o capital político do ex-presidente.

Bolsonaro e Caiado estão em palanques diferentes nas eleições municipais da capital goiana. Enquanto o governador apoia a pré-candidatura do ex-deputado Sandro Mabel (União), Bolsonaro discursou ao lado do deputado federal Gustavo Gayer (PL) pela candidatura do ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL) à prefeitura da cidade.

Conforme a última pesquisa de intenção de voto da Quaest no dia 17, o candidato apoiado por Caiado tem 24% das intenções de voto, empatado tecnicamente com a deputada federal Adriana Accorsi (PT), que tem 22%. O candidato do PL aparece em empate, com 9%, com o senador Vanderlan Cardoso (PSD), que tem 15%. A margem de erro é de três pontos porcentuais para mais ou para menos.

Bolsonaro usou o fato do candidato de Caiado, um dos candidatos mais ricos do Brasil destas eleições, ser ex-dono da fábrica de alimentos Mabel para se referir a ele como "candidato da bolachinha" durante o comício.

"Tem vários vídeos rodando por aí: o candidato da bolachinha, o candidato da rosquinha, vídeo dele elogiando Dilma Rousseff, dizendo que ela foi uma boa gestora. Em 2014, 2015, sem crise nenhuma no Brasil, essa presidente conseguiu a proeza de desempregar 13 milhões de pessoas", disse Bolsonaro.

Ainda no mesmo discurso, o ex-presidente insinuou que o fato de ele ter perdido as eleições de 2022 para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi resultado da vontade dos eleitores.

"E eu acredito, que já que falam que sou o 'ex mais amado do Brasil', que esse divórcio não foi o povo quem fez. A verdade brevemente chegará à tona", disse, sem apresentar nenhuma prova ou contexto sobre possíveis fraudes no processo eleitoral.

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