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Balanço de riscos é um instrumento de comunicação da política monetária, destaca BC

Brasília

26/09/2024 10h23

O Banco Central informou, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) publicado nesta quinta-feira, 26, que considera o seu balanço de riscos para a inflação como um "instrumento de comunicação da política monetária".

Segundo a instituição, nem todos os riscos analisados pelo Comitê de Política Monetária (Copom) são divulgados.

"O Comitê avalia, seleciona e comunica aqueles fatores de riscos que entende como mais substantivos para a dinâmica da inflação no horizonte relevante, considerando a probabilidade de ocorrência e seu impacto sobre a economia", informou o BC.

Hiato do produto

O Banco Central revisou as suas estimativas para o hiato do produto pela segunda vez consecutiva no Relatório Trimestral de Inflação. A estimativa para o segundo e o terceiro trimestres deste ano passou para 0,5%, indicando que a economia está crescendo acima da sua capacidade. Antes, estavam em zero e -0,2%, respectivamente. A projeção para o último trimestre de 2024 também subiu, de -0,4% também para o campo positivo, em 0,3%.

Para o primeiro trimestre de 2026, o BC estimou que o hiato estará em queda de 0,3%. "Nas projeções do hiato do produto, as condições monetárias restritivas desempenham papel fundamental na redução dos níveis projetados", trouxe o RTI. "Ressalta-se que, em virtude da elevada incerteza existente nas estimativas do hiato do produto, o Copom avalia projeções com diferentes estimativas e cenários para essa variável", continuou o documento.

No comunicado e na ata da última reunião do Copom, o BC já havia informado que o maior dinamismo dos indicadores de atividade e do mercado de trabalho levaram a uma revisão do hiato para o campo positivo. A possibilidade de uma inflação de serviços mais alta, devido ao hiato positivo, foi mencionada como um risco para cima no balanço.

O hiato do produto é uma variável não-observável que mede o grau de ociosidade da economia.

A estimativa da autoridade monetária para a taxa neutra de juros foi mantida em 4,75%. O BC enfatizou que, em sendo uma variável não observável sujeita a elevada incerteza na sua mensuração, a instituição utiliza várias metodologias para a estimação da taxa neutra. "No processo de análise e decisão, são também considerados cenários alternativos de inflação com diferentes valores para a taxa neutra", enfatizaram.

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