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OPINIÃO

Tales: Figuras como Marçal usam a própria democracia para destruí-la

do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/09/2024 11h00

Personagens políticos como Pablo Marçal (PRTB) utilizam ferramentas fornecidas pela própria democracia com a intenção de destruí-la, afirmou o colunista Tales Faria no UOL News desta quarta (25).

Tales refletiu sobre o papel da imprensa e da Justiça para evitar riscos à democracia, e alertou para a necessidade de mudanças de abordagem destes dois agentes em relação a figuras mais preocupadas em causar confusão do que em apresentar propostas de governo.

Nós da imprensa e também da Justiça tivemos certa responsabilidade no advento de ditadores como Adolf Hitler porque deixamos a coisa correr. Esse cidadão [Marçal] cria um monte de factoides e nós repercutimos Pablo Marçal o tempo inteiro.

Hoje, ele está na mídia por anunciar que o Marcos Cintra será o secretário da Fazenda em um eventual governo dele. A imprensa toda vai lá e repercute isso como se ele fosse um candidato sério. Nessa mesma coletiva, dá uma de cara de pau não reconhecendo que a ministra [Cármen Lúcia] estava falando dele e que o assessor foi um covardão [por agredir marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB) com um soco].

As democracias se destroem assim. Essas pessoas, como Marçal, Jair Bolsonaro, Javier Milei e Donald Trump, usam a democracia para destruí-la. Se não soubermos lidar com eles, vamos nos dar mal. Tales Faria, colunista do UOL

Tales elogiou a fala de Cármen Lúcia, ministra do TSE, que condenou os repetidos casos de violência na campanha eleitoral. Porém, o colunista cobrou maior rapidez da Justiça Eleitoral para punir aqueles que passam dos limites.

Cármen Lúcia fez um lindo discurso, mas está vindo tarde. A ministra reconhece que a Justiça é lenta. Realmente, a Justiça Eleitoral está agindo de forma muito lenta em relação a Marçal.

A Justiça Eleitoral tem um problema: ela age por provocação. Existe um certo desinteresse dos políticos e dos partidos para que ela seja rápida e aja. Eles querem fazer o máximo de irregularidades possíveis e a Justiça Eleitoral não se meter. Esse é o caso.

Marçal jogou farinha em um eleitor. A Justiça Eleitoral pode deixar um candidato fazer isso? Deixou. Ele continuou fazendo mais e mais provocações até chegar a esse ponto em que chegamos, de um dar uma cadeirada e outro dar um soco. Desandou, e a Justiça Eleitoral tem certa responsabilidade.

Tem que haver um jeito de lidar com isso. Não dá para a Justiça Eleitoral continuar sendo leniente em relação a pessoas como Marçal. Tales Faria, colunista do UOL

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