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Chefe militar de Israel diz que ataques aéreos no Líbano preparam possível incursão terrestre

25/09/2024 16h44

Por Maya Gebeily e Ari Rabinovitch

BEIRUTE/JERUSALÉM (Reuters) - O chefe militar de Israel disse para suas tropas nesta quarta-feira que os ataques aéreos contra o Líbano iriam continuar para destruir a infraestrutura do Hezbollah e para preparar o caminho para uma possível operação terrestre das forças israelenses.

Enquanto ele falava, fontes disseram que os Estados Unidos haviam iniciado uma ação diplomática para interromper os combates tanto em Gaza quanto no Líbano, e que propostas estavam sendo elaboradas na Assembleia Geral da ONU em Nova York.

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse à rede ABC que uma guerra total era possível, mas acrescentou: "Ainda estamos trabalhando para chegar a um acordo que pode mudar fundamentalmente toda a região".

Israel ampliou seus ataques aéreos no Líbano na quarta-feira e derrubou um míssil que o movimento Hezbollah, apoiado pelo Irã, afirmou ter lançado contra a sede da agência de inteligência Mossad, perto da maior cidade de Israel, Tel Aviv.

"Vocês ouvem os jatos sobrevoando; atacamos o dia todo", disse o general Herzi Halevi às tropas israelenses na fronteira com o Líbano, segundo um comunicado.

"Isso é tanto para preparar o terreno para sua possível entrada quanto para continuar degradando o Hezbollah.”

Líderes mundiais expressaram preocupação de que o conflito – que ocorre paralelamente à guerra de Israel em Gaza contra o movimento palestino Hamas, também apoiado pelo Irã – estava escalando rapidamente, à medida que o número de mortos no Líbano aumentava e milhares deixavam suas casas.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que Washington e seus aliados estavam trabalhando incansavelmente para evitar uma guerra total entre Israel e Hezbollah, que tem dito não vai parar até que a guerra em Gaza termine.

Duas autoridades libanesas, dois diplomatas ocidentais, uma fonte familiarizada com o pensamento do Hezbollah e uma fonte informada sobre as negociações, todos sob a condição de anonimato, disseram que Washington estava liderando uma nova investida diplomática que, pela primeira vez, cobria ambos os conflitos – em Gaza e no Líbano.

PROPOSTAS PARA CESSAR-FOGO

Três fontes israelenses disseram que os Estados Unidos e a França estavam trabalhando em propostas de cessar-fogo para resolver os combates crescentes no Líbano, iniciados pelo Hezbollah em apoio ao Hamas em Gaza, mas que até agora nenhum progresso significativo havia sido alcançado.

"O risco de escalada na região é enorme... A melhor resposta é a diplomacia e nossos esforços coordenados são vitais para evitar uma maior escalada", disse Blinken em uma reunião com autoridades e ministros dos Estados árabes do Golfo, em Nova York.

Os ataques aéreos israelenses nesta semana tiveram como alvo líderes do Hezbollah e atingiram centenas de locais no interior do Líbano, onde centenas de milhares fugiram da região de fronteira, enquanto o grupo disparava barragens de foguetes contra Israel.

Na quarta-feira, Israel disse que seus aviões estavam bombardeando o sul do Líbano e o Vale do Bekaa, um reduto do Hezbollah mais ao norte, e que estava convocando mais duas brigadas de reservistas para operações na fronteira norte.

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