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ONU alerta que fogo cruzado entre Hezbollah libanês e Israel coloca região à beira do abismo

24/09/2024 16h53

Israel voltou a bombardear posições do Hezbollah no Líbano, nesta terça-feira (24), após os ataques que mataram centenas de pessoas e provocaram o êxodo de outros milhares na véspera. Em resposta, o grupo libanês teria disparado centenas de foguetes do lado israelense da fronteira. A comunidade internacional teme um conflito generalizado na região.

"O Líbano está à beira do abismo", declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres, na Assembleia Geral das Nações Unidas, que abriu suas portas em Nova York. A reunião ocorre em plena escalada entre Israel e o movimento islamista libanês pró-Irã Hezbollah, aliado do Hamas. "Gaza é um pesadelo permanente, que ameaça arrastar toda a região para o caos, a começar pelo Líbano", advertiu Guterres, que pediu um cessar-fogo imediato no território palestino.

Logo depois Israel anunciou que havia lançado uma nova onda de "bombardeios maciços" contra posições do Hezbollah após ter relatado ataques contra "dezenas de alvos" deste movimento no sul do Líbano. "Continuaremos atingindo o Hezbollah (...) E digo ao povo libanês: nossa guerra não é contra vocês, nossa guerra é contra o Hezbollah", declarou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um vídeo divulgado por seu gabinete.

Segundo o exército israelense, o Hezbollah disparou "aproximadamente 300 foguetes contra Israel, que feriram seis civis e soldados, a maioria levemente". O grupo libanês indicou, por sua vez, que havia lançado um total de 90 foguetes contra uma base militar perto de Safed, sede do comando norte do Exército israelense.

Os confrontos de artilharia entre Israel e Hezbollah ocorrem quase que diariamente desde o início, em outubro de 2023, da guerra na Faixa de Gaza entre os israelenses e o Hamas.

Êxodo em massa

Os bombardeios de segunda-feira, de uma intensidade sem precedentes, miraram cerca de 1.600 alvos do Hezbollah no sul do Líbano e no Vale do Beca, no norte. Pelo menos 558 pessoas morreram nestes ataques, entre elas 50 crianças e 94 mulheres, e 1.835 pessoas ficaram feridas, indicou nesta terça-feira o Ministério da Saúde libanês.

Desde então, milhares de libaneses fugiram das áreas bombardeadas, segundo a ONU, e se dirigiram a Sidon, a maior cidade do sul, ou a capital Beirute. As escolas e universidades libanesas permanecerão fechadas até o fim de semana, e várias companhias aéreas suspenderam seus voos para Beirute e, em alguns casos para Tel Aviv, como fizeram British Airways, Delta e Lufthansa.

(Com AFP)

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