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Cármen dá puxão de orelha em Datena, assessor e marqueteiro, diz Marçal

Pablo Marçal (PRTB), ao lado de Marcos Cintra (à esq.) e Filipe Sabará (à dir.), anunciam nomes de secretários em caso de vitória na eleição Imagem: Anna Satie/UOL

Do UOL, em São Paulo

24/09/2024 21h29Atualizada em 24/09/2024 22h07

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) afirmou que a fala da presidente do TSE, Cármen Lúcia, contra episódios de violência nas eleições foi um "puxão de orelha" em José Luiz Datena (PSDB), em Duda Lima e em um de seus assessores.

O que aconteceu

"Eles precisavam ouvir esse puxão de orelha de uma representante da Suprema Corte", disse Marçal a jornalistas na noite desta terça-feira (24). A declaração acontece após confusão em debate na segunda (23) — do qual foi expulso nos últimos segundos após infringir as regras. Por trás das câmeras, Nahuel Medina, assessor do candidato do PRTB, deu um soco em Duda Lima, marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Marçal defendeu que a Justiça Eleitoral deveria afastar Datena e Duda Lima das campanhas. "Eu apanhei calado e poderia ter agredido poderosamente, em legítima defesa", afirmou em referência à cadeirada que levou de Datena no debate da TV Cultura, em 15 de setembro. "Se [os integrantes da Justiça Eleitoral] tiverem preocupados com isso, que afastem [primeiro] o Datena, que fez a agressão, e, em segundo, o Duda Lima, que foi pra agressão contra o Medina", o que a campanha de Nunes nega.

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Cármen Lúcia repudiou casos de violência vistos nas eleições e disse que eles ofendem a democracia. A declaração da ministra foi dada na abertura da sessão do TSE nesta terça à noite e acontece menos de 24 horas depois da agressão de Medina a Duda Lima.

A ministra anunciou que acionou a Polícia Federal, Ministério Público e os tribunais regionais da Justiça Eleitoral. O objetivo, segundo ela, é dar "celeridade e prioridade" às investigações e julgamento sobre "casos de violência da mais variada deformação que se vem repetindo".

Marçal chamou a agressão de Medina de "desproporcional", mas defendeu que ele agiu em "legítima defesa". "Antes, teve uma pequena agressão do Duda, batendo na mão do Medina. (...) Aquela situação ali configura legítima defesa", respondeu.

Declarações foram feitas em entrevoista coletiva em que apresentou dois eventuais secretários, caso seja eleito. Marcos Cintra foi anunciado como secretário de Finanças e Wilson Polaro, como titular da pasta da Saúde.

Cintra é ex-deputado federal e foi secretário especial da Receita no governo Bolsonaro. Foi demitido por defender a criação de uma nova CPMF. Ele afirmou que se apaixonou "não pela pessoa, mas pelas ideias" de Marçal e disse que o sistema político do Brasil foi sua "maior decepção". "Vivemos em sistema ilusório que engana a população brasileira", criticou.

Polaro foi secretário de Saúde do ex-prefeito de São Paulo João Doria (PSDB). Ele foi anunciado por Marçal junto com a promessa de zerar a fila de exames da capital paulista em 18 semanas.

Como foi a briga no debate

Marçal foi expulso do debate nos últimos segundos, após infringir as regras. Ele insistiu em dizer que prenderia Nunes se fosse eleito, apesar de duas advertências da organização do debate. Ele era o último a fazer as considerações finais, e esperou o tempo quase acabar para fazer as acusações.

Após o moderador Carlos Tramontina pedir que Marçal se retirasse do estúdio, começou uma briga. A transmissão chegou a ser interrompida por alguns instantes. "Houve uma confusão, o assessor do prefeito foi agredido e está sangrando bastante neste momento", disse Tramontina ao vivo. Imagens obtidas pelo UOL mostram funcionárias limpando sangue da cadeira e do chão onde aconteceu a briga.

Cinegrafista e sócio de Marçal, Nahuel Medina deu um soco no marqueteiro Duda Lima. Pessoas presentes no estúdio disseram que Duda tentou cobrir a câmera do celular de Medina, que reagiu. Cinco viaturas foram até o local, e os envolvidos seguiram para o 16º DP, na Vila Clementino, zona sul da capital.

Publicitário de Nunes solicitou medida protetiva. Segundo o advogado de Duda Lima, Daniel Bialski, a intenção é que Medina não se aproxime ou volte a ter contato com ele. Para o defensor, "a polícia precisa investigar a possibilidade de que isso tenha sido feito de forma premeditada".

Sócio de Marçal postou um vídeo da mão machucada nas redes sociais e escreveu: "Eu só me defendi instintivamente". Ele disse que foi para a delegacia por iniciativa própria. O advogado Tassio Renan, da campanha Marçal, afirmou que iria registrar ocorrência contra Duda Lima, que, segundo ele, "riu de raiva" de Medina e, em seguida, teria tentado tomar o celular do assessor. "Acaba desferindo um golpe. A gente vai fazer um exame de corpo de delito", afirmou.

SSP, porém, não confirma que BO tenha sido registrado por Medina. "As partes foram encaminhadas à delegacia, onde prestaram depoimento", diz a Secretaria de Segurança Pública. "A vítima [Duda Lima] também entregou imagens referente aos fatos e requisitou medidas de proteção contra o autor. A autoridade policial solicitou a realização de exame de corpo de delito e orientou a vítima sobre o prazo para representação criminal", conclui a SSP, em nota enviada ao UOL.

Soco foi na altura do supercílio do marqueteiro de Nunes. Duda fez um curativo e não pretendia ir ao hospital inicialmente, mas sentiu tontura e procurou atendimento.

Ricardo Nunes (MDB) classificou, nesta terça-feira (24), o soco como "agressão covarde". O prefeito afirmou que "o troco" da agressão virá "na urna". "A cada atitude dele como essa, aumenta a rejeição", afirmou Nunes sobre Marçal.

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