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Ligação do Hezbollah com Irã eleva risco de conflito escalar, diz analista

Colaboração para o UOL

24/09/2024 15h32

A relação entre Hezbollah e Irã aumenta o risco de escalada do conflito que tinha como front a Faixa de Gaza e já ultrapassou suas fronteiras, chegando ao ao Líbano, ampliando a tensão da comunidade internacional, disse a professora de Relações Internacionais Karina Stange Calandrin ao UOL News desta terça (24).

Bombardeios israelenses ao Líbano deixaram ao menos 558 mortos, de acordo com o governo libanês. Na manhã de hoje, uma nova onda de ataques matou ao menos seis pessoas e feriu 15. O Exército de Israel diz que atingiu dezenas de alvos do Hezbollah, incluindo integrantes e armas. Já o grupo islâmico lança foguetes contra o norte de Israel desde a meia-noite.

Agora, a guerra realmente escalou para uma nova proporção, temos um novo front de batalha. Mesmo que não haja uma incursão terrestre neste momento, e o governo israelense disse que essa opção foi descartada em um primeiro momento, o bombardeio tem se intensificado, o número de vítimas aumentando.

É uma preocupação muito grande da comunidade internacional, como vemos na reunião da Assembleia Geral da ONU, que esse conflito escale e novos atores se envolvam.

Não podemos esquecer da ligação do Hezbollah com o Irã, desde sua fundação nos anos 80. Então, há o perigo também de outros atores entrarem no conflito e isso escalar ainda mais, e mais vítimas civis sofrerem com esse conflitos, como já vemos acontecendo.

Para Calandrin, a ONU (Organização das Nações Unidas) tem um papel fundamental em contar a escalada do conflito.

A ONU tem papel muito importante, apesar de deslegitimada e colocada em xeque, principalmente, quando a gente fala do Conselho de Segurança, que é um órgão que tem caráter mandatório. É o único órgão que tem caráter não só de recomendação nas suas decisões, mas um caráter realmente mandatório. Então, é muito importante que a ONU coloque dentro dos seus conselhos e dos comitês esse tema em pauta.

Nós temos atores que são aliados de um lado e aliados de outro. Por exemplo, Israel é aliado dos Estados Unidos. O Irã é mais próximo de China e Rússia. Se todas as partes forem igualmente contidas, haverá um compromisso maior no sistema internacional para que esse conflito desescale, focando no que importa, que são as vidas humanas e civis que estão sofrendo com o conflito.

Não importa só que haja pressão do lado israelense, porque isso vai ser visto pelos Estados Unidos e outros aliados como pressão desigual, pressão maior em relação a Israel do que a aliados do Hezbollah.

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