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Ex-ministro que levou Fórmula 1 a Singapura é condenado por corrupção

24/09/2024 11h46

O ex-ministro de Transportes de Singapura S. Iswaran, conhecido por ter levado a Fórmula 1 para o país, foi condenado nesta terça-feira (24) por obstrução de justiça e por aceitar subornos, no primeiro julgamento por corrupção política nesta cidade-Estado em quase meio século.

A justiça apresentou 35 acusações contra ele, vinculadas principalmente à corrupção, mas a promotoria as reduziu a cinco depois de um recesso pouco antes de começar o julgamento na Corte Suprema.

"S. Iswaran se declarou culpado e foi condenado (...) em quatro acusações por ter recebido presentes de dois empresários locais. Também se declarou culpado e foi condenado pela acusação de obstrução de justiça", disse o gabinete do procurador-geral em comunicado.

Os promotores pedem entre seis e sete meses de prisão, enquanto a defesa espera não mais do que oito semanas, informou o jornal Straits Times.

A data da sentença não foi anunciada, mas a imprensa local afirma que está prevista para o dia 3 de outubro.

Os observadores consideram este julgamento como um dos mais significativos em nível político em Singapura, frequentemente considerando como um dos países menos corruptos do mundo.

Os ministros do governo local recebem salários comparáveis aos dos mais altos executivos do setor privado para serem dissuadidos das atividades corruptas.

Iswaran renunciou ao cargo em janeiro, após ter sido formalmente notificado de que estava sendo acusado de aceitar presentes num valor superior a US$ 300 mil (R$ 1,6 milhão na cotação atual), entre outras acusações.

Parte desses subornos procediam do magnata do setor hoteleiro Ong Beng, um dos homens mais ricos de Singapura, também envolvido na organização da Fórmula 1 no país.

Em 2007, o Conselho de Turismo de Singapura assinou um contrato com a empresa que promove o Grande Prêmio de Singapura de F1, que pertence a Beng, para organizar a corrida noturna no país, que acontece desde 2008.

O contrato já foi renovado três vezes e vigora até 2028, mas o governo anunciou que vai reavaliar seu conteúdo depois da renúncia de Iswaran.

bur-jfx/dbh/pc/avl/cb/dd

© Agence France-Presse

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