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Quem venceu debate entre candidatos à Prefeitura de SP? Colunistas opinam

Candidatos à Prefeitura de São Paulo em debate do Flow, da esquerda para a direita: Ricardo Nunes, Guilherme Boulos, José Luiz Datena, Tabata Amaral, Pablo Marçal e Marina Helena - Reprodução
Candidatos à Prefeitura de São Paulo em debate do Flow, da esquerda para a direita: Ricardo Nunes, Guilherme Boulos, José Luiz Datena, Tabata Amaral, Pablo Marçal e Marina Helena Imagem: Reprodução

O debate entre seis candidatos à Prefeitura de São Paulo do Flow News evitou confronto entre os adversários, mas terminou com a expulsão de Pablo Marçal (PRTB) por infrigir regras e uma agressão ao marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Veja a análise dos colunistas do UOL sobre quem venceu o debate:

Leonardo Sakamoto

Com o sangue escorrendo da cabeça do marqueteiro de Ricardo Nunes após agressão da equipe de Pablo Marçal, o coach perde o debate do Flow, pois enterra o discurso vitimista que usava desde a cadeirada de Datena. Agora, a violência de sua campanha passa a ser física. Nunes, que disputa voto com ele, pode sair beneficiado com isso.

Mas quem perdeu, de verdade, foi todos nós. De novo. Não há lei que obrigue Marçal a ser convidado para um debate, pois seu partido não conta com cinco parlamentares no Congresso. Mesmo assim, veículos insistem em chamá-lo, como se isso ajudasse no crescimento da democracia.

Como venho dizendo desde o primeiro debate, isso é equivalente a convidar um pombo para jogar xadrez: ele vai pousar, derrubar as peças, defecar no tabuleiro e ainda voar contando vantagem. Os piores momentos desta eleição envolveram Marçal: sua acusação de que Tabata foi responsável pela morte do pai, de que Boulos usa cocaína, de que Datena é estuprador (e a cadeirada na sequência), o seu sofrimento fake na ambulância e agora sangue arrancado do marketeiro de Nunes. Tudo para causar e ser visto.

Repito o que disse após o início dos debates: a imprensa, talvez na melhor das intenções, está ajudando a dar palanque a alguém que quer esquartejar a democracia e vendê-la em cortes de vídeo nas redes.

Raquel Landim

O que era para ser um debate "sem confronto" para a Prefeitura de São Paulo virou, literalmente, uma briga de rua.

E o Flow, até aquele momento, 23h15, comemorava seu novo formato e o fato de não precisar "parafusar" as cadeiras.

Até virar briga de rua, os perdedores do debate eram os candidatos com programas de governo mais fracos - Marçal e Datena.

O candidato do PRTB recorria a soluções genéricas como "educar as pessoas" ou "gerar empregos" para praticamente todos os problemas da cidade, desde o trânsito até a habitação. Enquanto Datena escapava do tema.

Só que diante de um debate que - de novo - termina com ambulância e agora também um camburão da polícia qualquer análise desse tipo perdeu o sentido.

Matheus Pichonelli

Pablo Marçal prometeu que deixaria para trás a versão incendiária que marcou os primeiros debates entre candidatos e candidatas à Prefeitura de São Paulo. Passou longe disso no encontro promovido pelo Flow Podcast.

Já na chegada ele bateu boca com o prefeito Ricardo Nunes. Na saída, precisou ser expulso pelo apresentador Carlos Tramontina por não ter "hombridade" e querer transformar a fala final em circo. Tomava a bronca enquanto um membro de sua equipe batia em um assessor do prefeito.

Entre um momento e outro ele se vestiu de cordeiro e bancou o candidato propositivo. Mas o lobo só sairia de vez da fantasia na fala final, quando ele empilhou uma série de ofensas a Ricardo Nunes, a quem prometia levar à prisão.

Bateu o pé, esperneou, e ficou em silêncio durante boa parte da fala final. Faltando dez segundos, ele retomou os ataques. Foi novamente repreendido. E, dessa vez, expulso de campo. A reprimenda de Tramontina era a fagulha sobre um rastilho de pólvora instalado por todo o estúdio. A expulsão foi aplaudida na plateia. E respondida com agressão, que levou o programa a ser interrompido. A segunda pancadaria em um pouco mais de uma semana de debates em São Paulo.

Andreza Matais

Quem venceu o debate do Flow foi a candidata do Novo, Marina Helena. Num modelo de debate cansativo, a economista conseguiu aproveitar bem o tempo para se fazer conhecida, apresentar propostas e ainda criticar todos os adversários sem se mostrar agressiva.

Na sua primeira disputa para um cargo eletivo, Marina compensou a falta de experiência mencionando gestões do seu partido pelo país como exemplo do que fará caso eleita, como o governo de Minas Gerais.

Sem chances de vencer as eleições, segundo as pesquisas, Marina sairá da eleição com um nome da direita com potencial para próximos pleitos. Ainda aproveitou para criticar o governo Lula onde é mais frágil, na saúde e no meio ambiente, ao citar as queimadas e a epidemia de dengue.

Quem perdeu o debate foi o prefeito Ricardo Nunes (MDB) que ao não reconhecer nenhum problema na sua gestão se mostra insensível as queixas dos eleitores.

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