Biden faz apelo para 'agir mais rápido' contra drogas sintéticas

Os líderes mundiais devem "agir mais rápido" para bloquear os fabricantes de drogas sintéticas como o fentanil, principal causa de morte entre os americanos de 18 a 49 anos, afirmou nesta terça-feira (24) Joe Biden.

"Não podemos desistir", disse o presidente dos Estados Unidos durante uma cúpula da Coalizão Global sobre Ameaças de Drogas Sintéticas, realizada em Nova York, à margem da Assembleia Geral da ONU.

Os fabricantes de drogas e os cartéis "continuam adaptando suas práticas, desenvolvendo novos produtos químicos, agindo rapidamente para escapar dos nossos esforços; nós temos que agir mais rápido", insistiu.

"Eles continuam explorando as cadeias de fornecimento globais para expandir suas redes. Precisamos bloquear esse caminho", acrescentou Biden, horas depois de fazer seu último discurso na ONU antes de deixar a Casa Branca em janeiro.

O número de mortes por overdose nos Estados Unidos diminuiu 10% no último ano, anunciou Biden, mas ainda assim são registrados cerca de 100 mil óbitos por ano, principalmente devido ao fentanil, um opioide sintético 50 vezes mais potente que a heroína.

Biden convocou os líderes da coalizão, composta por quase 160 países e 15 organizações internacionais, a agirem "juntos" para "interromper o ciclo de violência e instabilidade gerado pelos narcotraficantes".

De acordo com a agência antidrogas dos EUA (DEA), os cartéis mexicanos são os principais produtores de fentanil em laboratórios clandestinos, usando substâncias provenientes principalmente da China.

O governo dos EUA e o México retomaram a colaboração com Pequim no último ano para combater essa ameaça.

Para o México, "o consumo é uma parte fundamental da equação", afirmou a chanceler mexicana, Alicia Bárcena, que também chamou a atenção para a necessidade de "abordar a venda e o tráfico ilegal de armas de fogo, pois esta é a outra face da moeda".

"A posição geográfica do México no planeta" é muito crítica para o narcotráfico, afirmou a chanceler.

O presidente da República Dominicana, Luis Abinader, destacou que "a ameaça do tráfico de drogas sintéticas não conhece fronteiras".

O fentanil causa cerca de 70% das mortes por overdose nos Estados Unidos, onde foi declarado uma "ameaça à segurança nacional", mas existem outras drogas que também preocupam as autoridades.

O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime alertou este ano sobre o aumento do uso de nitazenos, uma substância psicoativa que não é aprovada para uso médico em nenhum país.

Dependendo da sua formulação, alguns nitazenos podem ser 800 vezes mais potentes que a morfina e 40 vezes mais potentes que o fentanil.

Desde o primeiro relatório em 2019, o número de nitazenos notificados aumentou de uma substância naquele ano para 13 em 2023, segundo a ONU.

erl/mar/am/ic

© Agence France-Presse