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Câmera flagrou tiros: o que se sabe sobre morte de delegado do Deic em SP

do UOL

Colaboração para o UOL

23/09/2024 11h06

O delegado de classe especial Mauro Guimarães Soares foi assassinado durante um assalto na manhã de sábado (21), em São Paulo, após ser abordado por criminosos que tentaram roubar sua corrente de ouro.

O que aconteceu

Soares, 59, foi baleado após reagir a um assalto. Ele caminhava pela Rua Caio Graco, na zona oeste de São Paulo, acompanhado da esposa, quando dois criminosos em uma moto o abordaram. Houve troca de tiros e o delegado foi baleado no peito.

Um criminoso também foi baleado e imobilizado pela esposa de Soares. Ana Paula Batista, também delegada, conseguiu reagir e imobilizou um dos assaltantes após ele ser atingido pelos disparos do delegado. O outro criminoso fugiu a pé e está sendo procurado pela polícia.

O crime ocorreu a poucos metros da casa do casal. A tentativa de roubo aconteceu na rua onde Soares e Ana Paula moravam, em uma região conhecida pela ocorrência de assaltos, apesar da proximidade com delegacias.

mauro - Divulgação - Divulgação
Delegado Mauro Guimarães Soares
Imagem: Divulgação

As investigações indicam que outros dois suspeitos deram apoio ao crime. Câmeras de segurança capturaram o grupo agindo em conjunto, o que facilitou a identificação dos envolvidos. A Polícia Civil já emitiu mandados de prisão temporária contra os suspeitos.

O assaltante baleado foi identificado como Enzo Wagner Lima Campos. Campos, de 24 anos, havia saído da prisão recentemente, após cumprir pena por crimes de roubo. Ele foi atingido por dois disparos de Soares e está hospitalizado sob custódia policial.

A polícia trata o caso como latrocínio. O delegado foi socorrido pelo Samu, mas não resistiu aos ferimentos. A ação dos criminosos tinha o objetivo de roubar a corrente de ouro que o delegado usava no momento do crime, segundo a Polícia Civil.

Família de policiais

Soares tinha 35 anos de carreira na Polícia Civil. Ele era delegado do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) e já havia atuado em diversas delegacias importantes na Grande São Paulo, como as de Barueri e Sorocaba.

A família do delegado é tradicional na Polícia Civil paulista. Seu pai, Acrisio Soares, foi chefe da polícia nos anos 1980, e seu irmão, Maurício Soares, também é delegado e já foi vítima de uma tentativa de assalto.

Diversas personalidades políticas lamentaram a morte do delegado. O governador Tarcísio de Freitas e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, expressaram solidariedade à família e colegas do policial.

O velório do delegado ocorreu no Cemitério Gethsêmani, na zona sul de São Paulo. O sepultamento contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o ministro do STF, Alexandre de Moraes, que era amigo de Soares e de sua esposa.

A polícia continua a busca pelos dois criminosos foragidos. A investigação está em curso e o caso segue sob o comando do delegado-geral Artur José Dian.

Em nota, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que as circunstâncias referentes ao caso seguem em investigação pelo Deic (Delegacia de Investigações sobre Roubos e Latrocínios do Departamento Estadual de Investigações Criminais).

O autor dos disparos que vitimou o policial, permanece internado sob escolta e foi indiciado pelo crime de latrocínio. "A autoridade policial trabalha com a possibilidade de outros dois envolvidos no crime. Detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial", informou o órgão.

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