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Nos EUA, Zelensky quer obter autorização para usar mísseis de longo alcance em ataques contra Rússia

23/09/2024 08h04

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chegou neste domingo (22) aos Estados Unidos para apresentar ao presidente americano, Joe Biden, e ao Congresso americano nesta segunda-feira (23) os detalhes do seu "plano da vitória" para colocar um fim na guerra com a Rússia, que teve início em fevereiro de 2022.

Zelensky também apresentará suas propostas aos candidatos à presidência americana, a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump. A visita acontece após meses de combates intensos. Moscou avançou rapidamente no leste da Ucrânia e Kiev manteve áreas da região russa de Kursk.

O governo ucraniano quer a autorização dos países ocidentais para utilizar mísseis de longo alcance em ataques contra a Rússia. Zelensky espera obter o aval após a reunião marcada para a próxima quinta-feira (26) com Biden. Segundo ele, isso provavelmente mudaria "o curso da guerra".   

Neste domingo, o líder ucraniano visitou uma fábrica de munições no estado da Pensilvânia. "Comecei minha visita aos Estados Unidos expressando gratidão a todos os funcionários da fábrica", publicou na rede social X. "É nesse tipo de lugar que sentimos que a democracia pode prevalecer", declarou.

O presidente ucraniano continuará sua visita aos Estados Unidos com compromissos em Nova York e Washington. Acreditando que "este outono será decisivo para o futuro" da guerra, Zelensky anunciou que os Estados Unidos seriam "o primeiro país a verem detalhes" de suas propostas para acabar com o conflito com a Rússia.  

"Esta guerra só pode terminar com uma paz justa por meio de esforços internacionais. O plano de vitória da Ucrânia estará na mesa de todos os nossos aliados", declarou. "O principal objetivo é fortalecer a Ucrânia e proteger nosso povo", disse Zelensky no X. 

Assembleia Geral da ONU 

A viagem de Zelensky coincide com a Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta semana em Nova York. No evento, presidente ucraniano tentará pressionar outros líderes sobre o uso das armas em território russo.

"Nem os Estados Unidos nem o Reino Unido nos deram permissão para usar essas armas contra qualquer alvo e a qualquer distância no território da Rússia", disse Zelensky na noite de sexta-feira. No sábado, a Rússia anunciou que não participaria da segunda cúpula sobre a Ucrânia proposta por Kiev em novembro, após uma primeira edição em junho na Suíça. 

"A cúpula terá os mesmos objetivos: promover "fórmulas ilusórias" de Zelensky como base para a resolução do conflito, obter o apoio da maioria do mundo e apresentar à Rússia um ultimato para capitular", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em um comunicado.

Kiev mantém sua demanda por uma paz "justa" que faria com que as tropas russas deixassem as fronteiras internacionalmente reconhecidas do país, incluindo a península da Crimeia. Moscou declarou que analisaria apenas "propostas sérias" que levassem em conta "a situação no front que "refletisse" a realidade geopolítica".   

O presidente russo, Vladimir Putin, explicou em junho que Moscou só concordaria com as negociações de paz se a Ucrânia renunciasse à sua soberania sobre cinco de suas regiões, que são parcial ou totalmente ocupadas pela Rússia, que exige sua anexação.    

Os últimos ataques russos na Ucrânia deixaram um morto e vinte e três feridos nas regiões do sul de Kherson e Zaporíjia, anunciaram as autoridades locais na segunda-feira.

Com informações da AFP

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