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Marçal defende Bolsonaro em pandemia: 'Fez tudo o que fez tentando acertar'

do UOL

Do UOL*, em São Paulo

23/09/2024 21h54

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) defendeu as ações do ex-presidente Jair Bolsonaro em relação à pandemia de covid-19 e falou que pessoas foram "oprimidas" com o "passaporte sanitário". O ex-coach participou do debate Flow na noite desta segunda-feira (23).

O que aconteceu

Marçal disse que Bolsonaro "fez todas as coisas que ele fez tentando acertar", em relação à pandemia de covid-19. "O mundo inteiro perdeu com isso [pandemia]. Foram milhares de vidas que foram ceifadas. Para validar uma vacina leva 14 anos e a gente imunizou um rebanho mundial em poucas semanas", falou.

A resposta foi dada ao professor da FGV, Walter Cintra, que citou o "negacionismo" de Bolsonaro. "O Brasil apresentou uma das maiores taxas de mortalidade quando comparado com outros países do mundo. A principal razão disso foi a postura negacionista de governantes, em particular do governo Bolsonaro", questionou.

O professor mencionou ainda ações sem amparo científico, como a defesa da cloroquina, a oposição ao isolamento social e à vacina obrigatória.

Marçal criticou a pergunta, dizendo que havia uma "politização" da pandemia. Disse que a pergunta foi direcionada a Bolsonaro, que não estava ali para responder.

O ex-coach criticou medidas defendidas pela ciência, como isolamento social. Disse que o passaporte sanitário — que exigia comprovante de vacinação para acessar locais com aglomeração, como igrejas e bares — fez com que "as pessoas fossem oprimidas". Também falou que "todo mundo perdeu o emprego, foi um negócio absurdo. Até hoje a gente tem trauma disso", em referência ao isolamento social.

Dobradinha com Marina Helena

A candidata Marina Helena (Novo) foi sorteada para responder à pergunta e disparou contra a gestão de Lula sobre a dengue. "Dois anos depois e praticamente o entrevistador já trouxe 'Bolsonaro genocida'. Onde é que está o Lula sem as vacinas? Onde é que está o governo Lula com recorde de queimadas que fez com que de fato o nosso ar fosse o pior?"

Marçal, sorteado para comentar, concordou com Marina Helena e acusou o governo federal de ter deixado vencer vacinas. "Esses dias agora o governo federal deixou vencer R$ 250 milhões em vacina e ninguém fica chocado com isso". O ex-coah disse ainda que citou ainda problemas como a dengue e como a poluição do ar — temas que não faziam parte da questão inicial do especialista.

Marina Helena disse que é a favor das vacinas mas contra passaporte vacinal. "Estou aqui com meu neném de 6 meses que já tomou todas as vacinas. Agora, o que eu não sou favorável é o que a gente viu, que é o que a gente viu [comércio] fechando [com] pessoas que queriam trabalhar, exigindo passaporte vacinal, demitindo pessoas que não apresentassem o passaporte vacinal."

Bolsonaro e a pandemia de covid-19

Jair Bolsonaro é lembrado por diversas frases que minimizaram os impactos da pandemia. Ele disseminou informações sobre medicamentos sem comprovação científica ou buscou culpados em ministros, opositores e governadores e prefeitos que adotaram medidas de restrição em seus territórios.

O ex-presidente contrariou as orientações da OMS (Organização Mundial de Saúde). Em diversas situações, ele foi visto em aglomerações, sem máscara ou sem manter distanciamento social em agendas públicas e em seu dia a dia.

"A gente lamenta todos os mortos, mas é o destino de todo mundo", disse Bolsonaro em junho de 2020. A mensagem foi enviada, a pedido de uma apoiadora na saída do Palácio do Alvorada, para confortar as famílias em luto em consequência da pandemia. Meses antes, em abril, o ex-presidente chegou a dizer a um jornalista que não era coveiro, em frente ao Palácio do Planalto.

No Brasil, morreram cerca de 700 mil pessoas e o país esteve entre os locais de maior contaminação no mundo. A OMS declarou fim da pandemia de covid-19 em maio de 2023. Em que em pouco mais de três anos, o coronavírus matou 7 milhões de pessoas — segundos os dados oficiais. Mas, a própria OMS apontou que mais de 20 milhões morreram da doença.

* Participaram desta cobertura: Ana Paula Bimbati, Anna Satie, Bruno Luiz, Caíque Alencar, Fabíola Perez, Laila Nery, Saulo Pereira Guimarães e Wanderley Preite Sobrinho, do UOL, em São Paulo

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