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Governo demite por abandono de posto agente da Abin que atuou com Tarcísio

Fabrício Cardoso de Paiva e Tarcísio de Freitas, durante a campanha em 2022 - Reprodução/Instagram/Tarcísio de Freitas
Fabrício Cardoso de Paiva e Tarcísio de Freitas, durante a campanha em 2022 Imagem: Reprodução/Instagram/Tarcísio de Freitas
do UOL

Do UOL, em Brasília

23/09/2024 12h46Atualizada em 23/09/2024 12h46

O governo federal exonerou o agente Fabrício Cardoso de Paiva, da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), nesta segunda (23) por abandono de posto. Ele participou da segurança do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante a campanha em 2022.

O que aconteceu

Paiva estava presente no tiroteio que deixou um morto em outubro de 2022. Segundo o UOL apurou à época, ele foi o responsável pelo pedido para que o cinegrafista da Jovem Pan apagasse as imagens da ação na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo.

Ele foi exonerado por abandono de cargo, previsto em lei. Decisão foi publicada no DOU (Diário Oficial da União) desta segunda. Paiva estava licenciado da agência desde 2019, quando foi trabalhar com Tarcísio no então Ministério da Infraestrutura.

O processo foi aberto na Casa Civil em julho, com recomendação de demissão pela Corregedoria da Abin, segundo o UOL apurou. De acordo com o portal ICL Notícias, Paiva teria ainda participado da chamada "Abin paralela", sob a gestão de Alexandre Ramagem na agência, durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

Na campanha e no ministério de Tarcísio

O processo de abandono de cargo retoma à campanha de Tarcísio, em 2022. Segundo o UOL apurou, Paiva teria ficado quase três meses trabalhando na equipe do Republicanos, após a saída do ex-ministro do governo Bolsonaro para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes, sem a devida autorização da Abin.

Na campanha, ele foi o responsável por tentar evitar a publicação de vídeos do tiroteio que interrompeu uma agenda e acabou com um morto. Como o UOL apurou à época, Tarcísio não era o alvo dos disparos.

"Tem que apagar", afirmou Fabrício ao cinegrafista após a confusão. "Essa imagem que você filmou aqui também. Mostra o pessoal saindo, tem que apagar essa imagem. Não pode divulgar isso, não", revelou o jornal Folha de S. Paulo. À época, a Abin confirmou, por meio de nota, que ele estava de licença não remunerada "para tratar de interesses particulares".

Paiva e Tarcísio começaram a trabalhar juntos em 2019. De acordo com currículo profissional do agente publicado pela Abin, ele tirou licença da agência em junho daquele ano para assumir a Coordenador-Geral de Pesquisas e Informações Estratégicas da Secretaria-Executiva do Ministério da Infraestrutura, sob o hoje governador.

Paiva estava na agência desde 2009. Ele é formado em ciências militares na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), em 1996, mesmo curso e ano de Tarcísio.

O UOL procurou o governador de São Paulo por meio de assessoria, mas não teve retorno até a publicação deste texto. A reportagem também tenta contato com Paiva. O espaço está aberto para manifestações.

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