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Em 24h, Israel ataca mais de 1.100 posições do Hezbollah no Líbano e deixa centenas de mortos

23/09/2024 16h08

A ONU denuncia "uma verdadeira escalada" no Oriente Médio. Em 24 horas, o exército israelense realizou ataques contra pelo menos 1.100 locais do Hezbollah no Líbano. Os bombardeios já deixaram 356 mortos, balanço que evolui de hora em hora, incluindo 24 crianças. Por meio de seu porta-voz, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse estar "muito preocupado com o número de vítimas civis no Líbano".

Civis libaneses receberam mensagens de alerta para deixar áreas vizinhas a posições do Hezbollah e passaram o dia buscando desesperadamente fugir do fogo cruzado, num cenário que se assemelha à reedição da guerra em Gaza.   

"Em menos de uma semana", quase 5.000 pessoas ficaram feridas em vários ataques israelenses no Líbano, incluindo na operação inédita de explosões de pagers e walkie-talkies do Hezbollah, afirma o Ministério da Saúde libanês. 

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta segunda-feira (23) que Israel está revertendo o "equilíbrio de poder" no norte de seu território, alvejado há vários meses por foguetes e mísseis do Hezbollah, movimento aliado do Irã, em represália à guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza. 

Moradores de Haifa correm para abrigos

Pouco antes das 20h (horário local, 14h em Brasília), sirenes de alerta aéreo soaram na cidade de Haifa, no norte de Israel. Moradores da área correram para abrigos antimísseis, segundo a imprensa israelense. Menos de uma hora antes, o sistema de alerta soou no norte da planície de Golã, a poucos quilômetros da fronteira com o Líbano.

Os ataques contra o Hezbollah "continuarão no futuro próximo" e serão "maiores e mais precisos", alertou o exército israelense. No início da noite, um novo ataque "direcionado" visou áreas ao sul de Beirute. O alvo era um comandante do Hezbollah, segundo a milícia islâmica.

O primeiro-ministro israelense recomendou, por sua vez, que os cidadãos libaneses "se afastassem das áreas perigosas". "Assim que nossa operação for concluída, vocês poderão voltar para casa em segurança", disse ele em inglês em um vídeo.

"Guerra de extermínio"

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, deplorou esta "agressão israelense" que é, segundo ele, "uma guerra de extermínio em todos os aspectos, um plano de destruição que visa aniquilar aldeias e cidades libanesas". O governo decretou "o fechamento de escolas públicas e privadas" pelo menos até terça-feira no sul e leste do país.

EUA enviam tropas ao Oriente Médio

O presidente americano, Joe Biden, afirmou que estava "trabalhando por uma desescalada" no Líbano, ao receber o presidente dos Emirados, Mohamed bin Zayed al Nahyan, na Casa Branca. "Estamos trabalhando para conseguir uma desescalada que permita que as pessoas voltem para casa em segurança", declarou Biden.

O porta-voz do Pentágono anunciou que os Estados Unidos enviarão um "pequeno número" de tropas adicionais ao Oriente Médio em resposta às crescentes tensões na região. "À luz do aumento da tensão no Oriente Médio e com muita cautela, estamos enviando um pequeno número adicional de pessoal militar americano para aumentar nossas forças que já estão na região", disse o major-general Pat Ryder, sem fornecer detalhes.

Os Estados Unidos têm milhares de tropas na região, além de navios de guerra, aviões de combate e sistemas de defesa aérea implantados para proteger tanto as suas forças como Israel.

Ryder alertou para a possibilidade de uma escalada. "É claro que existe a possibilidade de que estas operações de acerto de contas entre Israel e (o Hezbollah) aumentem e saiam do controle e se transformem em uma guerra regional mais ampla, e é por isso que é tão importante que resolvamos (...) a situação pelos canais diplomáticos", declarou o porta-voz do Pentágono.

A comunidade internacional pede a Israel e ao Hezbollah que reduzam as tensões.

Com agências

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