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'Minha cidade me trata como invisível', diz cadeirante a candidatos em SP

do UOL

Do UOL*, em São Paulo

23/09/2024 21h48Atualizada em 23/09/2024 22h59

A cadeirante Andrea Schwartz, CEO da iigual Inclusão e Diversidade, disse aos candidatos à Prefeitura de São Paulo que se sente "invisível". Ela fez o comentário durante o debate do Flow ao questioná-los sobre medidas que eles tomarão para aumentar o orçamento dedicado a pessoas com deficiência.

O que aconteceu

Cadeirante afirmou que tem dificuldade para ir ao trabalho e procurar serviços de saúde. "Desde que adquiri minha deficiência, há quase 30 anos, não me sinto pertencente à sociedade e à cidade de São Paulo. Sou paulistana, amo a minha cidade, mas a minha cidade me trata como invisível. É muito difícil chegar num trabalho. A saúde da mulher com deficiência, então, é impossível fazer uma mamografia", disse Schwartz.

Ativista também se queixou de poucos investimentos para pessoas com deficiência. "A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência tem o menor orçamento. É uma vergonha o orçamento que está sendo destinado às pessoas com deficiência. Esse assunto é transversal a todas as ações que a Prefeitura tem que fazer", criticou.

Estou cansada de votar, ser considerada uma cidadã na hora de votar. Mas nem o meu direito à acessibilidade na hora de votar está garantido. Quantas vezes eu cheguei na minha escola, onde eu voto, e o elevador estava quebrado. E a sugestão era que eu justificasse [o voto] porque [a sala] não ficava no térreo. Andrea Schwartz, CEO da iigual Inclusão e Diversidade

Sem citar nomes, Schwartz disse que só dois candidatos a cumprimentaram ao chegar para debate. "Aqui mesmo. Vocês foram entrando, foram passando, e só duas pessoas que estão concorrendo conseguiram vir, falar, olhar, porque é mais fácil tratar dessa forma", afirmou a ativista.

Ricardo Nunes (MDB) reconheceu que, na história de São Paulo, pouco foi feito por pessoas com deficiência. "O orçamento da Secretaria Municipal de Pessoa com Deficiência era de R$ 12 milhões. Hoje é de R$ 80 milhões, mas ainda é pouco", afirmou o prefeito, após ter sido sorteado para responder à pergunta.

Datena comentou que Nunes deveria investir mais em acessibilidade. "Chega a ser próximo de criminoso você esquecer quase 2 bilhões de idosos que nós temos aí precisando de cuidadores, precisando ter um norte, de lares com internação prolongada", afirmou o candidato do PSDB.

* Participaram desta cobertura: Ana Paula Bimbati, Anna Satie, Bruno Luiz, Caíque Alencar, Fabíola Perez, Laila Nery, Saulo Pereira Guimarães e Wanderley Preite Sobrinho, do UOL, em São Paulo

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