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Bolívia está perto de quebrar recorde de incêndios florestais

23/09/2024 15h19

Por Monica Machicao

LA PAZ (Reuters) - A Bolívia está perto de quebrar seu recorde de incêndios florestais, segundo dados mais recentes dos satélites, que mostraram os focos de incêndio superando a taxa do mesmo período durante os grandes incêndios de 2010, conforme boa parte da América do Sul pega fogo.

Dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil (Inpe) mostraram que a Bolívia teve 70.628 focos de incêndio até 22 de setembro, taxa maior do que o número registrado entre janeiro e setembro de 2010, pior ano já registrado. Aquele ano terminou com um recorde de 83.119 focos.

No fim de semana, auxílio enviado pela União Europeia chegou na região central de Santa Cruz, uma das áreas mais atingidas pelos incêndios que devastam o país andino, incluindo um avião tanque Electra 481 para combate a incêndios e um helicóptero Airbus BK117 D3.

Pesquisadores dizem que, embora a maioria dos incêndios seja provocada por humanos, as condições recentes de calor e seca, impulsionadas pelas mudanças climáticas causadas pela queima de combustíveis fósseis ajudam os incêndios a se espalharem mais rapidamente. A América do Sul está enfrentando uma série de ondas de calor desde o ano passado.

“É um desafio global a luta contra as mudanças climáticas. Precisamos nos unir”, disse Helene Roos, embaixadora da França na Bolívia. Além da União Europeia, Canadá, Brasil e Venezuela também enviaram apoio à Bolívia.

Enquanto isso, incêndios também devastam Argentina, Peru, Paraguai e Brasil, onde bombeiros encharcaram casas com telhados de palha em comunidades indígenas do Xingu no final da semana passada, tentando evitar que queimassem.

“Depois de anos de trabalho como bombeiros, notamos os efeitos das mudanças climáticas, que tornaram o nosso trabalho muito mais difícil”, disse o supervisor estadual dos bombeiros, Guilherme Camargo.

Megaron Txucarramae, um importante líder indígena, disse que os incêndios no Brasil e na região enviaram um sinal de alerta mais amplo: “Estamos preocupados e não somos só nós, mas o mundo todo.”

(Reportagem de Monica Machicao e Sebastian Rocandio)

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