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Primavera começa hoje com mais chuva e ondas de calor; veja as previsões

Ipê amarelo floresce em São Paulo (SP) - Karime Xavier - 31.ago.2021/Folhapress
Ipê amarelo floresce em São Paulo (SP) Imagem: Karime Xavier - 31.ago.2021/Folhapress
do UOL

Do UOL, em São Paulo*

22/09/2024 13h08Atualizada em 22/09/2024 13h08

A primavera, que começa neste domingo (22) no Brasil, deve aumentar as condições de chuva em algumas regiões do país, mas ondas de calor seguem previstas para os próximos meses.

O que aconteceu

Nova estação começou às 9h44 deste domingo. Segundo a Climatempo, a primavera marca "um ponto de virada" no clima brasileiro, com o retorno das chuvas em várias regiões do país.

Temperaturas, contudo, devem ficar acima da média em praticamente todo o país entre setembro e novembro. Segundo a meteorologista Estael Sias, da MetSul, podem acontecer eventuais refrescos, dentro da variação normal, mas predominam os dias amenos e quentes. Também não há previsão de ondas de frio.

Episódios de calor intenso podem voltar a ocorrer. Eventos de calor extremo têm sido cada vez mais frequentes no Brasil e, conforme divulgado pela Climatempo em nota, "há forte possibilidade de que novas ondas de calor ocorram" ao longo da primavera. "Esses fenômenos são difíceis de prever a longo prazo, mas é possível que, em outubro ou novembro, episódios de calor intenso voltem a ocorrer, aumentando os alertas", ressaltou.

Clima seco deve permanecer até meados de novembro, segundo Inmet. A maior parte das regiões Norte e Nordeste deve ter chuvas abaixo do normal, principalmente no centro-sul do Maranhão e Piauí. No sul, Paraná e Santa Catarina também devem sofrer com a manutenção da seca. O Centro-Oeste tem previsão de volumes menores que o da média, salvo em áreas pontuais, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia.

Porção central do Brasil deve enfrentar ondas de calor no próximo mês. Em Goiás, Mato Grosso, Tocantins, interior de Minas Gerais e interior da região Nordeste, as chuvas devem chegar apenas entre o final de outubro e início de novembro. Até lá, os estados devem permanecer com baixos níveis de umidade e quentes, podendo chegar aos 40ºC.

Chuva pode ficar acima da média em pontos isolados. O Inmet estima precipitações acima da média em áreas específicas do Acre, Roraima, Amazonas, Bahia e Rio Grande do Sul. O órgão também destaca que as chuvas devem voltar gradualmente para MT e MS. O Sudeste também pode ter chuvas mais regulares, chegando próximo ou acima da média, exceto em São Paulo e o meio-oeste de Minas Gerais, onde permanece seco.

Em algumas regiões do Norte, chamada "estação do verão amazônico" pode seguir até novembro. Por isso, o período de calor extremo poderá se estender na região, ainda de acordo com a Climatempo. "Durante o verão amazônico, a combinação de dias mais longos, maior incidência de radiação solar e umidade em declínio resulta em temperaturas consistentemente acima da média". Por isso, "algumas cidades no Amazonas, Pará e Acre poderão registrar temperaturas elevadas durante toda a primavera", divulgou o portal.

Influência do La Niña

Primavera poderá ser afetada pelo La Niña. O fenômeno deve se estabelecer ao longo dos próximos meses e atrasar as chuvas durante a estação, segundo especialistas ouvidos pelo UOL.

La Niña deve começar a fazer efeito entre o fim da primavera e começo do verão, mas com baixa intensidade. A meteorologista Estael Sias estima dois cenários possíveis: em um deles, La Niña será fraca e terá curta duração; no outro, o fenômeno deixa as águas do Oceano Pacífico mais frias que o normal, mas sem atingir a temperatura mínima do patamar de La Niña.

Outras variáveis de curto e médio prazo podem influenciar o tempo. Se a La Niña não acontecer de maneira bem definida e surgirem fatores que favoreçam a chuva, por exemplo, poderão ocorrer precipitações, indo na contramão da secura comum do fenômeno. No entanto, os meteorologistas só conseguem prever variáveis como esta com antecedência de 10 a 15 dias.

Com o atraso das chuvas, recuperação dos níveis dos reservatórios deve demorar para acontecer. Bacias hidrográficas importantes, como a do Rio Paranapanema, tiveram baixas importantes devido à estiagem registrada desde o outono. Neste ano, a recuperação dos níveis mananciais geradores de energia deve demorar mais, e provavelmente vai acontecer ao longo do verão, segundo a especialista. Apesar de não prever um desabastecimento do sistema, a meteorologista estima que aconteçam aumentos no custo da energia e mudança para bandeira vermelha na conta de luz nos próximos meses.

Previsão para São Paulo

A primeira semana da primavera será quente, com temperaturas chegando aos 35ºC. Em entrevista recente ao UOL, o meteorologista William Minhoto, da Defesa Civil de SP, explicou que uma frente fria provocará chuva moderada no próximo fim de semana. Porém, o resto do mês deve permanecer seco.

Outubro terá temperaturas levemente acima da média. Entretanto, durante a primeira quinzena do mês, frentes frias podem provocar acumulados de chuva de moderada a alta intensidade. Esses fenômenos também podem causar queda de temperatura nos primeiros dias de outubro.

Para outubro, a previsão é de chuva dentro a um pouco acima da média no sul e extremo norte de São Paulo. O centro-oeste do estado deve ter menos chuva do que a média normal. A chuva deve acontecer especialmente na forma de pancadas que tendem a ficar mais regulares no decorrer da segunda quinzena do mês. Em relação ao ano passado, o volume de outubro de 2024 chuva deve ser menor. Climatmepo, em nota

Passagem de frentes frias não deve causar grande resfriamento no interior paulista em outubro. Também há possibilidade de onda de calor preferencialmente na primeira quinzena do mês, ainda segundo o portal.

Tempo deve ficar cada vez mais seco a partir de novembro, quando La Niña ganhará mais força. Entre o fim de outubro e início de novembro, devem ocorrer pancadas de chuva dentro da média comum para o período.

Dezembro deve ter temperatura ligeiramente abaixo da média. O mês deve ser mais seco que o comum, assim como todo o ano de 2025, de acordo com a análise de William Minhoto. O meteorologista acrescenta que o próximo inverno deve ter frio mais intenso, também como consequência da La Niña.

*Com informações de reportagem publicada em 20/09/2024.

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