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Lula participa de Cúpula do Futuro em NY com o objetivo de acelerar reformas multilaterais

22/09/2024 07h59

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da Cúpula do Futuro, na manhã deste domingo (22), em Nova York. O evento, paralelo à abertura da 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, na terça-feira, é uma iniciativa da Alemanha e da Namíbia, com o objetivo de apontar o caminho para reformas multilaterais e de governança, entre elas a do Conselho de Segurança da ONU e do sistema financeiro internacional, entre outros temas. 

Por Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York

Em Nova York desde o final da tarde de sábado (21), o presidente Lula deve ser um dos primeiros a discursar na Cúpula do Futuro. Ele deve apresentar a visão e as propostas do Brasil para acelerar o cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). No encontro, que também irá abordar questões de direitos humanos e a visão da ONU sobre Inteligência Artificial (IA), os participantes devem aprovar um pacto não vinculante para guiar a agenda do multilateralismo nos próximos anos. Os termos do documento devem ser divulgados somente após sua aprovação no final do dia.

Hospedado na Residência do Embaixador em Nova York, Lula terá uma agenda repleta de reuniões bilaterais e participação em diversos eventos na cidade até a próxima quarta-feira (25). Estão confirmadas reuniões bilaterais com o primeiro-ministro do Haiti, Garry Conille, e com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na segunda-feira, além da participação em dois eventos. Um deles, promovido pela Iniciativa Global Bill Clinton, tem como pauta discutir soluções para acelerar o progresso de adaptação às mudanças climáticas, promover o desenvolvimento econômico inclusivo, mais justiça na área da saúde e questões de gênero, bem como iniciativas de resposta humanitária a crises ao redor do mundo. A primeira-dama americana, Jill Biden, deve participar da reunião.

Em seguida, Lula divide o palco da premiação GoalKepeers com Bill Gates, em uma espécie de talk show que deve discutir o combate à pobreza, além de perspectivas para garantir a segurança alimentar. Lula recebeu um prêmio da fundação de Bill e Melinda Gates em reconhecimento a sua trajetória no combate à fome.

Na terça-feira (24), como manda a tradição, o Brasil abre a 79ª Assembleia dos chefes de Estado das Nações Unidas. O discurso de Lula para este ano deve abordar o combate à fome e à crise climática. O presidente brasileiro deve encontrar-se brevemente com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, antes da abertura da sessão.

Evento discute combate à desinformação

Do plenário da Assembleia, o presidente segue para uma espécie de mesa-redonda organizada em conjunto com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, para discutir os desafios do combate aos extremismos no cenário cibernético. O objetivo é avaliar propostas para lidar com a propagação de discursos de ódio na internet e preservar a democracia. Entre os líderes que devem participar da discussão estão o do presidente chileno, Gabriel Boric, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, os primeiros-ministros do Canadá, Justin Trudeau, e da Noruega, Jonas Gahr Støre, além do presidente francês, Emmanuel Macron, com quem Lula conversa em seguida de forma bilateral.

Em seu último dia em Nova York, Lula preside a primeira reunião de ministros do G20 a acontecer na sede das Nações Unidas. A iniciativa, que partiu do Brasil, pretende promover o diálogo e o fortalecimento das instituições multilaterais. Ainda não estão confirmados todos os ministros que devem participar do encontro, mas a Secretaria da Presidência brasileira adiantou que já há cerca de 90 inscritos.

Por último, o chefe de Estado brasileiro deve se encontrar com autoridades da China para debater uma estratégia que possa levar ao fim do conflito na Ucrânia, dando continuidade a um diálogo que levou à assinatura de um documento em maio. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já afirmou, no entanto, que não havia nada de "concreto" neste plano.

Lula participa dos eventos acompanhado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e do assessor especial da Presidência, Celso Amorim. Além deles, a delegação brasileira conta com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias; a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck; a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; o presidente da Câmara de Deputados, Arthur Lira; e a primeira-dama, Janja Lula da Silva, que estão em Nova York para participar de eventos paralelos à Assembleia. A secretária para a Mudança do Clima, Ana Toni, também estará na cidade para participar da Climate Week, evento focado em discutir alternativas e soluções para o aquecimento global e a drástica redução da biodiversidade no planeta.

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