Topo
Notícias

Após 2 meses e meio de espera e guinada à direita, composição de governo na França é finalmente revelada

21/09/2024 15h38

A composição do governo francês foi revelada neste sábado (21), dois meses e meio após as eleições gerais antecipadas, causadas pela dissolução da Assembleia Nacional pelo presidente Emmanuel Macron, que não conseguiram produzir uma maioria absoluta entre os deputados. Manifestações em toda a França contestam a legitimidade do novo governo do premiê Michel Barnier.

 

Matignon, sede oficial dos primeiros-ministros da França, em Paris, anunciou na noite de quinta-feira (19), que o novo governo seria anunciado até domingo (22). Após dois meses e meio de espera e alguns ajustes, a composição elaborada pelo premiê Michel Barnier foi finalmente revelada neste sábado (21).

Como esperado, esse novo governo é marcadamente de direita. O ex-deputado socialista Didier Migaud foi nomeado ministro da Justiça. O líder dos senadores do partido Os Republicanos (direita), Bruno Retailleau, foi nomeado ministro do Interior.

O centrista Jean-Noël Barrot, da sigla MoDem, foi nomeado ministro das Relações Exteriores. O deputado macronista Antoine Armand é o novo ministro da Economia, Finanças e Indústria e a deputada macronista Anne Genetet foi nomeada ministra da Educação Nacional.

Bardella e Mélenchon denunciam governo "sem futuro"

"O 'novo' governo sinaliza o retorno do macronismo pela porta dos fundos. O que os franceses sancionaram democraticamente em duas ocasiões não pode voltar por meio de jogos partidários e cálculos políticos lamentáveis. Portanto, este é um governo que não tem futuro", denunciou no X o presidente do partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), Jordan Bardella, cuja sigla detém o poder de censurar essa equipe na Assembleia.

O líder do partido de esquerda radical, França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, por sua vez, pediu que o governo fosse "eliminado o mais rápido possível" após sua nomeação, dizendo que ele não tinha "legitimidade nem futuro".

Manifestações convocadas pela esquerda

O anúncio foi feito em um momento em que milhares de pessoas se manifestaram de Paris a Marselha (no sul) para denunciar o "governo Macron-Barnier", por convocação do partido de esquerda radical França Insubmissa (LFI), ecologistas e associações feministas, estudantis e ambientais.

Cerca de 60 manifestações foram anunciadas em toda a França, de acordo com o site da LFI. Mas o apelo teve pouca participação nas regiões.

Pouco mais de 2.000 manifestantes compareceram em Marselha, de acordo com a central de polícia, em comparação com 3.500 no dia anterior de protestos, 400 em Bordeaux (sudeste), cerca de 200 em Angoulême (sul) e Nantes (noroeste), e cerca de 100 pessoas em Estrasburgo (leste).

Notícias