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"Um monstro": Mohamed Al Fayed, pai de ex de Lady Di, é acusado de agressão sexual

20/09/2024 12h24

O bilionário egípcio Mohamed Al Fayed, que morreu em 2023 aos 94 anos, foi acusado nesta sexta-feira (20) por 37 mulheres de diferentes países de agressão sexual. O anúncio foi feito pelos advogados das vítimas. Ele era pai de Dodi, ex-namorado da princesa Diana, e foi dono da famosa loja de departamentos britânica Harrods.

"Chegou a hora de fazer justiça", disse a advogada americana Gloria Allred, que integra o grupo de advogados responsáveis pelo caso, durante uma coletiva de imprensa em Londres.

Dean Armstrong, outro advogado, afirmou que a popular loja de departamentos de Londres será alvo de medidas legais "em nome da responsabilidade coletiva da empresa", que também é acusada de "não oferecer um sistema seguro no trabalho".

O bilionário egípcio vendeu a loja de departamentos em 2010 ao fundo Qatar Investment Authority. A BBC exibiu nesta quinta-feira (18) um documentário e publicou um podcast em que Mohamed Al Fayed foi acusado de estupro e agressão sexual, após uma investigação da própria rede de televisão britânica.

O canal entrevistou 20 mulheres que acusaram o ex-proprietário da Harrods de agressão e violência nas suas propriedades em Londres e Paris entre o final dos anos 1980 e os anos 2000.

Cinco delas o acusaram de estupro, segundo o documentário intitulado "Al Fayed: Predator at Harrods" (Al Fayedm, um predador na Harrods).

Outro advogado, Bruce Drummond, afirmou que há vítimas de Al Fayed "em todo o mundo" e encorajou outras mulheres agredidas pelo magnata egípcio a denunciarem os seus casos.

 As vítimas são da Malásia, Austrália, Itália, Romênia, Estados Unidos e Canadá. Alguns ataques atribuídos ao magnata ocorreram em locais como Saint Tropez, no sudeste da França, e Abu Dhabi.

Al Fayed era "um monstro que sabia agir graças a um sistema", denunciou Dean Armstrong. "Se a administração da Harrods acha que deve indenizar financeiramente estas mulheres, claro, é algo que agradeceríamos. Mas não aceitaremos que sejam acusadas de estarem interessadas apenas em dinheiro", acrescentou.

Segundo a advogada Gloria Allred, os ataques de Al Fayed foram "constantes e repetidos". Ela denuncia 25 anos de violência sexual na Harrods, lembrando que os ataques também ocorreram no Hotel Ritz, em Paris, propriedade do empresário, e na sua residência na capital francesa, Villa Windsor.

Acusação anterior em 2015 

Uma das supostas vítimas, Natacha, que não revelou o seu sobrenome, descreveu Al Fayed na coletiva de imprensa como um patrão "manipulador". Seus abusos, disse, incluíam "beijos forçados" e casos de agressão sexual.

"Eu era tão jovem que não sabia o que fazer ou como reagir", acrescentou, dizendo que "não tinha mais medo".

Ela conta que passou por exames ginecológicos impostos pelo ex-dono da loja de departamentos e descreveu os encontros com ele. "Fui testada para HIV e DSTs" (infecções sexualmente transmissíveis)", disse ela, lembrando que nunca recebeu os resultados dos testes.

Mohamed Al Fayed já havia sido acusado de agressão sexual por várias mulheres. A polícia abriu uma investigação em 2015, mas o empresário nunca foi indiciado.

Al Fayed nasceu em 27 de janeiro de 1929 em um subúrbio modesto da cidade egípcia de Alexandria. Ele passou grande parte de sua vida no Reino Unido, onde se tornou proprietário da Harrods em 1985 e do clube de futebol Fulham FC entre 1997 e 2013, período em que o time londrino foi finalista da Liga Europa, em 2010.

Com informações da AFP

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