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Ucrânia restringe uso do Telegram por razões de segurança

20/09/2024 11h20

O Conselho de Segurança ucraniano, órgão subordinado à presidência, anunciou que vai restringir o uso do Telegram nos dispositivos de altos funcionários do governo e militares do país devido a "ameaças" à segurança nacional vindas desta plataforma de mensagens, fundada pelo milionário franco-russo Pavel Durov, atualmente investigado na França. 

O uso do Telegram é generalizado na Ucrânia. Segundo um alto funcionário da segurança do país, que falou à agência AFP sob anonimato, os militares ucranianos "utilizam frequentemente (o aplicativo) para assuntos de trabalho". "É uma grande fonte de vazamento de informações, já que o Telegram é muito fácil de ser hackeado" pelos russos, acrescentou esta fonte.

Os funcionários que são obrigados a usar o Telegram para divulgar informações à população não são abrangidos por esta decisão, especificou o Conselho. O órgão indicou que a decisão foi tomada após uma reunião "sobre as ameaças à segurança nacional" representadas pelo aplicativo.

O chefe da Inteligência militar ucraniana, Kirilo Budanov, apresentou "informações fundamentadas" que mostram que os serviços russos "têm acesso às conversas pessoais dos usuários do Telegram, incluindo mensagens apagadas, e aos seus dados pessoais", afirmou o Conselho.

O Telegram é amplamente usado na Rússia, na Ucrânia e em vários países, tanto para divulgar informações oficiais como para conversas privadas. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky publica informações diariamente no aplicativo de mensagens, assim como seus ministros e militares.

Fundador do Telegram não pode deixar a França

Pavel Durov, que criou o Telegram em 2013, afirma que a plataforma tem cerca de 950 milhões de usuários em todo o mundo.

O empresário de 39 anos foi preso em um aeroporto nos arredores de Paris no final de agosto, acusado pela Justiça francesa de publicar conteúdos ilegais nesta plataforma. Nascido na Rússia mas que tem várias nacionalidades, Durov foi libertado sob controle judicial, embora esteja proibido de sair do país.

(Com agências)

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