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ONU alerta que violência no Oriente Médio pode se tornar conflagração devastadora

20/09/2024 18h51

Por Michelle Nichols

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Uma importante autoridade da Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta sexta-feira ao Conselho de Segurança que, caso haja mais episódios de violência entre Israel e os grupos Hamas, na Faixa de Gaza, e Hezbollah, no Líbano — ambos alinhados ao Irã —, um conflito muito mais devastador pode surgir.

“Corremos o risco de ver uma conflagração que pode ofuscar até mesmo a devastação e o sofrimento testemunhado até agora”, afirmou a chefe de Assuntos Políticos da ONU, Rosemary DiCarlo, aos 15 membros do conselho, que se encontraram para debater sobre os ataques contra o Hezbollah nesta semana.

“Não é tarde demais para evitar tal loucura. Ainda há espaço para a diplomacia”, afirmou. “Eu peço urgentemente que os Estados-membros com influência sobre as partes tomem atitudes agora.”

A guerra na Faixa de Gaza se aproxima de completar seu primeiro ano, e Israel matou um comandante do Hezbollah e outros membros do movimento libanês em um ataque aéreo em Beirute nesta sexta-feira, prometendo realizar uma nova campanha militar até que obtenha segurança na área próxima à fronteira com o Líbano.

O bombardeio ocorreu após dois dias de ataques nos quais pagers e walkie-talkies do Hezbollah explodiram, matando 37 pessoas e ferindo milhares. Acredita-se que as ações tenham sido realizadas por Israel, que não confirmou nem negou seu envolvimento.

“É imperativo que até mesmo enquanto os fatos surgem sobre os últimos incidentes — nos quais eu reitero, os Estados Unidos não tiveram participação — todas as partes evitem ações que possam jogar a região em uma guerra devastadora”, afirmou ao conselho Robert Wood, da missão dos EUA na ONU.

O chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk, disse ser “difícil de conceber” como os ataques contra os dispositivos de comunicação do Hezbollah “podem possivelmente estar em conformidade com os princípios-chave da distinção, proporcionalidade e precaução em um ataque, sob a lei humanitária internacional”.

(Reportagem de Michelle Nichols)

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