Inflação continua uma preocupação nos EUA, afirma diretora do Fed que teve voto conservador
Embora seja importante reconhecer que houve um progresso significativo na redução da inflação nos Estados Unidos, enquanto a inflação básica permanece em torno ou acima de 2,5%, há risco de que a ação política mais ampla do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) possa ser interpretada como uma declaração prematura de vitória no mandato de estabilidade de preços, disse a diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) Michelle Bowman.
A dirigente foi a única integrante do BC dos EUA que votou por um alívio de 25 pontos-base no último encontro, em contraste com a decisão majoritária pelo corte de 50 pontos-base anunciado na quarta-feira. O voto fez com que a decisão fosse a primeira não unânime desde 2005.
Em texto publicado no site do Fed, Bowman citou que a economia dos EUA continua forte, com crescimento subjacente sólido na atividade e um mercado de trabalho próximo ao pleno emprego.
"Embora as contratações pareçam ter diminuído, as demissões continuam baixas. Vejo a normalização nas condições do mercado de trabalho como necessária para ajudar a reduzir o crescimento salarial a um ritmo consistente com a inflação de 2%", escreveu ela. "Minha leitura dos dados do mercado de trabalho se tornou mais incerta devido aos crescentes desafios de medição e à dificuldade inerente em avaliar os efeitos dos fluxos recentes de imigração", observou.
A dirigente disse ainda que tem recebido sinais do crescimento sólido contínuo nos dados de gastos, especialmente gastos do consumidor, refletindo um mercado de trabalho saudável.
Para Bowman, avançar em um ritmo comedido em direção a uma postura política mais neutra garantiria mais progresso na redução da inflação para a meta de 2% e a abordagem também evitaria alimentar desnecessariamente a demanda.
Apesar da discordância, Bowman disse que respeita a decisão de seus colegas que optaram por uma redução inicial maior.