Em debate do SBT, candidatos isolam Marçal, que só aparece aos 23 minutos

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo isolaram Pablo Marçal (PRTB) no início do debate promovido hoje (20) pelo SBT, e ele só apareceu após 23 minutos do início do programa.

O que aconteceu

Marçal apareceu apenas na quinta dobradinha de pergunta e resposta entre candidatos. Ele respondeu a uma pergunta de Tabata Amaral (PSB) sobre tema referente a educação.

Na sequência, o candidato do PRTB teve de perguntar obrigatoriamente a Marina Helena (Novo) sobre mobilidade urbana. A ordem de quem faria a pergunta foi definida previamente por sorteio. Os quatro primeiros candidatos, incluindo os dois que aparecem à frente nas pesquisas (Ricardo Nunes e Guilherme Boulos), preferiram escolher outros candidatos.

O debate teve início com Guilherme Boulos (PSOL) questionando José Luiz Datena (PSDB). Boulos perguntou ao apresentador sobre as guardas municipais que fazem a patrulha Maria da Penha.

Na sequência, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) questionou Boulos sobre temas climáticos.

Depois, foi a vez de Marina Helena perguntar. Ela escolheu Nunes sobre o tema de zeladoria.

Datena questionou Tabata Amaral. Eles debateram saúde nas escolas.

Foi então que o apresentador César Filho disse que Tabata obrigatoriamente teria de questionar Marçal. A candidata do PSB disse que escolheria mesmo o candidato do PRTB para a pergunta.

Farpas trocadas entre Tabata e Marçal

Tabata perguntou a Marçal sobre o projeto "Pé-de-Meia". Trata-se de um programa de incentivo financeiro-educacional voltado a estudantes matriculados no ensino médio público. O candidato do PRTB usou o tempo de resposta para falar sobre suas propostas na área da educação.

"Pablo Marçal é como o jogo do tigrinho", atacou Tabata. Ela o acusou de anunciar "promessas fáceis, que podem até atrair quem está desiludido, mas que lascam com a vida das pessoas". E afirmou que expandiria o projeto "Pé-de-Meia".

Marçal, em sua tréplica, acusou Tabata de ter "baixado o nível do debate" e pediu "perdão" aos eleitores. "Minha tentativa, até o último debate, foi expor o caráter de cada um", disse ele, ao se referir aos ataques que fez aos adversários em debates anteriores. "Não adianta ouvir propostas de dez candidatos se eles não são viáveis emocionalmente, espiritualmente, fisicamente."

Marçal disse que mostrou sua "pior versão" nos debates realizados até o momento. "As pessoas querem saber a sua pior versão e a sua melhor. A minha pior eu já mostrei nos debates, a partir de agora você vai ver alguém que tem postura de governante".

Ex-coach aparece com 19% da preferência do eleitorado, segundo Datafolha, publicado na quinta-feira (19). O percentual de rejeição de Marçal saiu de 44% para 47%, de acordo com a mesma pesquisa. No índice de rejeição, ele cresceu 17 pontos em seis semanas.

* Participaram desta cobertura Ana Paula Bimbati, Bruno Luiz, Caíque Alencar, Fabíola Perez, Laila Nery, Rafael Neves, Saulo Pereira Guimarães e Wanderley Preite Sobrinho e Letícia Polydoro (colaboração para o UOL)