Debate tem Marçal isolado, Nunes x Boulos e foco em segurança e mulheres

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo que participaram do debate de hoje do SBT isolaram Pablo Marçal (PRTB) e focaram em propostas. Enquanto Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) polarizaram, programas para a segurança das mulheres foi um dos principais temas discutidos no debate.

O que aconteceu

No primeiro bloco, com perguntas entre os candidatos, Marçal foi evitado pelos rivais. Somente após 23 minutos de debate o apresentador César Filho disse que Tabata obrigatoriamente teria de questionar Marçal. Ela perguntou sobre o programa aprovado por sua sugestão na Câmara dos Deputados, o Pé de Meia, um valor para "nenhum jovem abandonar o estudo".

Marçal não comentou sobre o programa e preferiu sugerir uma proposta sua. "A primeira delas é transformar a educação, a escola de aula pública de São Paulo na escola olímpica. O que que é isso? São mais de 60 modalidades onde o esporte molda caráter, seu filho vai ter uma ocupação e nós vamos investir nele nas competições. Segundo, educação financeira. Na Europa, 70, mais de 70% das pessoas investem na bolsa, nos Estados Unidos mais de 50% bolsa e no Brasil é 20% investe na bolsa, 2,8%", disse.

Em sua tréplica, Tabata provocou Marçal ao comparar seu método de atuação na campanha ao jogo do Tigrinho. "Pablo Marçal é como o Jogo do Tigrinho, promessas fáceis que podem até atrair quem está desiludido. Com a vida da maioria das pessoas. Quanta gente que não fez os cursos dele, em que ele promete tudo isso, que agora o processam. O que ele fez na Angola é de partir o coração. Os processos que ele responde, os golpes que ele deu na quadrilha. Por isso que é importante a gente conhecer a história das pessoas", disse.

Marçal indicou que pretendia mudar de postura após estagnar nas pesquisas. Ele começou pedindo desculpas mas alfinetando Tabata. "Quero dar os parabéns aqui pra Tabata, que ela começou a baixar o nível do debate. E aproveitando essa oportunidade, eu quero pedir perdão pra todo eleitor paulistano, que minha tentativa até o último debate [era] expor o caráter de cada um", afirmou. O influenciador alfinetou os rivais ao dizer que um deles precisa de "internação psiquiátrica, outro tem um perfil ditatorial, alguém que tem boletim de ocorrência em relação à violência doméstica", afirmou sem citar nomes.

Em razão da comparação com o jogo do Tigrinho, o debate concedeu direito de resposta a Marçal, que então prometeu mudar de postura. Disse que "minha pior [versão] eu já mostrei nos debates", disse. "A partir de agora, você vai ver alguém que tem postura de governante que de fato gerou riqueza, que gerou mais empregos, que de fato é o único candidato que pode tirar você dessa miséria", afirmou.

Violência contra mulheres

Boulos, cujos votos são maiores entre o público feminino, perguntou sobre feminicídio a José Luiz Datena (PSDB). Nunes (30%) e Boulos (29%) disputam o voto feminino segundo o Datafolha. Boulos disse que o feminicídio cresceu "40% no último período" e perguntou sobre a política do apresentador para o setor.

Datena disse deseja aumentar as Patrulhas Maria da Penha —para combate à violência contra a mulher. "Eu, todos os dias do meu programa, há 26 anos, venho defendendo agressores, bandidos, canalhas que agridem mulheres. Todos os dias, inevitavelmente, que matam mulheres. Essas patrulhas serão aumentadas e bem equipadas", afirmou. Boulos respondeu prometendo "dobrar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana".

*Participaram desta cobertura Ana Paula Bimbati, Anna Satie, Bruno Luiz, Caíque Alencar, Fabíola Perez, Rafael Neves, Saulo Pereira Guimarães e Wanderley Preite Sobrinho e Letícia Polydoro (colaboração para o UOL)

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