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Brasileira que matou alemãs atropeladas na Itália diz que não se lembra o acidente

20/09/2024 15h22

A brasileira Katia Pereira Da Silva, 44 anos, que na quarta-feira (18) dirigia o carro que atropelou seis pessoas em Lido Camaiore, no centro da Itália, cumpre prisão domiciliar em Viareggio, cidade na região da Toscana. O acidente provocou a morte de duas jovens alemãs, Jasmine Bousnina de 18 anos e Elis Donmez de 17 anos. Segundo a imprensa italiana, após o desastre a brasileira teria declarado aos policiais que não se lembrava de nada. 

Gina Marques, correspondente da RFI na Itália

Katia responde por duplo homicídio rodoviário e lesões graves. Os exames toxicológicos dela resultaram negativos.

Na Itália, a pena prevista para o crime de homicídio rodoviário é de 2 a 7 anos de prisão (art. 589-bis do Código Penal). Além disso, circular dentro de um centro urbano com uma velocidade superior à 70 km/h constitui uma circunstância agravante. Se o condutor responsável pelo acidente não socorrer a vítima e fugir depois, a pena pode ser aumentada de um a dois terços.

Segundo as autoridades, o carro dirigido pela brasileira estava em velocidade de mais de 80 km/h, muito acima da permitida, quando, em um cruzamento, atingiu em cheio três jovens alemãs, que estavam na calçada. Duas delas tiveram morte instantânea. A terceira está internada no hospital com ferimentos graves.

A motorista ainda percorreu cerca de 250 metros sem parar ou reduzir a velocidade, até derrubar o poste de um semáforo e atropelar outros três franceses que atravessavam a rua. Ela prosseguiu por mais 35 metros, até bater em dois veículos estacionados e finalmente parar. A sétima vítima foi uma amiga da motorista, que estava no banco do passageiro e sofreu ferimentos leves.

"Não fui eu"

O acidente ocorreu em torno das 19h (hora local). Logo após Katia foi levada pela polícia ao pronto-socorro para fazer os testes de álcool de drogas. Ela também teria passado por uma consulta com um psiquiatra, sem resultados particulares. "Não me lembro de nada", teria dito a motorista aos agentes da delegacia de Viareggio. "Não fui eu", declarou, segundo relatou o jornal Corriere della Sera.

A imprensa italiana divulgou vídeos do acidente. Algumas testemunhas disseram que o carro "parecia uma bala e também ultrapassou pela direita".

"Percebi o que estava acontecendo no momento em que aconteceu", teria declarado a passageira, amiga da motorista. Os investigadores estão apurando se o carro passou por sinais vermelhos. Eles verificaram ainda os celulares de Katia e de sua amiga, mas excluíram que elas estivessem fazendo um vídeo no momento dos atropelamentos.   

Hipóteses

No entanto, o que não se entende é o que aconteceu com a motorista. A hipótese de distração não está excluída, mas convence pouco a polícia. Por um momento os investigadores também pensaram que a mulher estivesse sendo perseguida por alguém, mas com o passar das horas essa possibilidade também foi descartada.

A Promotoria de Lucca ordenou uma investigação sobre o carro, que acabou apreendido, para entender se houve mau funcionamento do veículo, um Mercedes Gla. As vistorias e documentos do carro foram formalmente considerados em ordem. As autoridades esperam que nos próximos testemunhos a motorista possa dar mais detalhes para esclarecer o acidente.

Segundo a imprensa local, a brasileira mora na Itália há cerca de dez anos

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