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Bolsa cai com investidores indo para renda fixa e dólar sobe

do UOL

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL

20/09/2024 10h17Atualizada em 20/09/2024 12h11

A Bolsa de Valores de São Paulo abriu esta sexta-feira (20) em queda. Depois do meio-dia o Ibovespa caia 1,00%, a 131.799 pontos, perdendo o patamar dos 132 mil pontos e voltando para o mesmo nível de 12 de agosto. A alta dos juros aqui, para 10,75% ao ano, afasta o investidor do mercado brasileiro, com o dinheiro dando preferência para a renda fixa ou Bolsas do exterior.

Depois da sétima queda consecutiva, o dólar virou o sinal e tinha alta de 1,27%, indos a R$ 5,493. O dólar turismo ia a R$ 5,69.

O que está acontecendo?

Apesar de toda torcida para a queda nos juros nos EUA, a Bolsa se deu mal no fim das contas. No dia seguinte ao corte de juros nos EUA, o Ibovespa caiu 0,47%. Outras Bolsas emergentes, como a do México, que subiu 0,64%, tiveram alta. "Continuamos a ver saídas de fundos de ações e 'hedge funds' do Brasil. Os fluxos ainda são direcionados para fundos de renda fixa", publicou hoje o Bank of America (BofA).

No mês, a saída total é de R$ 8 bilhões até a quarta-feira (18). No ano, o saldo está negativo em R$ 25 bilhões.

Com a alta da Selic, o custo do dinheiro fica menos atrativo para as empresas listadas. Muitas companhias têm endividamentos atrelados à Selic. E isso tende a baixar o preço das ações no curto prazo.

No exterior, é o contrário. O corte de 0,5 ponto percentual feito pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) favorece as empresas por lá e melhora ainda mais seus resultados.

Por que o dólar voltou a subir?

Na quinta-feira, a queda do dólar foi internacional. É o que diz Ariane Benedito, cofundadora e economista-chefe da Eai Invest. O corte de juros acabou depreciando a moeda americana. Isso, consequentemente, beneficiou o real, que fechou em R$ 5,424.

No entanto, hoje, a moeda americana recupera valor mundialmente. Especificamente, por conta da economia chinesa. Na madrugada, tanto o banco central chinês, quanto o japonês tomaram suas decisões sobre juros. Nenhum dos dois alteraram as taxas.

Esperava-se um corte de juros na China. Mas o BC chinês manteve os juros de um ano a 3,35% e os de cinco anos a 3,85%. Isso aumentou a expectativa de que a inflação no país oriental esteja em alta. Novos dados devem sair nesta madrugada.

Por isso, há uma corrida hoje por moedas fortes. "Além disso, como já se sabe que o Fed vai baixar mais as taxas nos EUA, muitos investidores ainda estão indo para o Tesouro Americano, para aproveitar os juros por lá, que continuam elevados", diz Ariane. Mesmo com o corte de quarta-feira, a taxa americana é a segunda maior entre as 20 maiores economias do mundo. E isso fortalece o dólar nesta sexta. "O real é a moeda mais prejudicada com isso", completa a economista.

Dados

Os investidores estarão atentos ao Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas. Os ministérios da Fazenda e do Planejamento divulgam os dados às 15h30.

Ferro e petróleo

O preço do minério de ferro recua em Singapura. Já o petróleo tem leve baixa, mas ainda segue para o maior avanço semanal desde fevereiro, com o aumento das tensões no Oriente Médio.

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