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X acata ordem judicial e volta a ficar indisponível no Brasil, diz Abrint

do UOL

Do UOL, em São Paulo

19/09/2024 20h37

A rede social X (antigo Twitter) voltou a ficar indisponível no Brasil nesta quinta-feira (19), após a Justiça determinar que a plataforma deixasse de usar o serviço de cibersegurança que lhe permitiu driblar sua suspensão no país.

O que aconteceu

Informação sobre a indisponibilidade do X foi dada pela Abrint, a associação de provedores de internet. "Pouco antes das 16h, o próprio X parou de usar o serviço da Cloudflare", e por este motivo "ficou bloqueado", disse o conselheiro da associação, Basílio Rodriguez Perez, à agência AFP.

Mesmo suspensa por determinação de Moraes, rede social voltou a ficar disponível na quarta (18). O UOL tentou e também conseguiu acessar o X. Para alguns colegas, o aplicativo funcionou tanto no wi-fi quanto na rede 4G do celular. Foi possível publicar, curtir e comentar posts, embora a aba de notificações não tenha carregado corretamente. Outros tentaram, mas não conseguiram acessá-lo. Pelo computador, porém, o site do X não abriu para ninguém.

O X emitiu comunicado dizendo que a restauração parcial da plataforma no Brasil ocorreu de forma involuntária. "Quando o X foi desligado no Brasil, nossa infraestrutura para fornecer serviço para a América Latina não estava mais acessível para nossa equipe. Para continuar fornecendo serviço ideal para nossos usuários, mudamos de operadora de rede. Essa mudança resultou em uma restauração inadvertida e temporária do serviço para usuários brasileiros", diz trecho.

Embora esperemos que a plataforma fique inacessível novamente em breve, continuamos os esforços para trabalhar com o governo brasileiro para que ela retorne o mais breve possível para o povo brasileiro.
Nota publicada pela rede social de Elon Musk no X

A plataforma está fora do ar desde 31 de agosto após a empresa americana não indicar um representante legal no país.

Moraes determina multa

Advogados contratados pelo X no Brasil prometeram apresentar representante legal. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou mais cedo que os advogados Andre Zonaro Giaccheta e Sérgio Rosenthal comprovem em 24 horas que a empresa de Elon Musk, de fato, possui uma representação no país.

A petição, porém, não veio acompanhada da documentação que comprove que a empresa nomeou os dois como advogados para representá-la. Trata-se de uma condição necessária para atestar que a empresa deu autorização aos advogados para atuar por ela.

Manifestação foi encaminhada ao tribunal no mesmo dia em que Moraes impôs multa diária de R$ 5 milhões às empresas X e Starlink. Nova penalidade foi imposta ao X e à Starlink após rede social driblar bloqueio da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e ficar disponível no país por meio de um servidor chamado "Cloudfare".

Não há nenhuma comprovação do retorno das atividades da X BRASIL INTERNET LTDA. nem tampouco da regularidade da constituição de seus novos representantes legais ou mesmo de seus novos advogados, conforme demonstram as sucessivas alterações de patronos narradas no relatório anterior. Não há, portanto, qualquer prova da regularidade da representação da X BRASIL INTERNET LTDA. em território brasileiro, bem como na licitude da constituição de novos advogados.
Trecho da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF

Campanha de difamação

Rede social vinha sendo utilizada para atacar policiais federais. Como revelou o UOL, um inquérito sigiloso conduzido pela Diretoria de Inteligência da PF identificou uma campanha de difamação, devassa em dados pessoais, ataques e ameaças a delegados da PF que atuam ou atuaram nas investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores.

A campanha foi lançada nas redes sociais, incluindo o X. A PF pediu e Moraes autorizou, no mês passado, a ser realizada uma operação policial contra os suspeitos de articular e participar da campanha, incluindo o senador Marcos do Val (Podemos-ES).

Foi no âmbito dessa investigação que o X se recusou a cumprir ordens de Moraes. Plataforma se recusou a cumprir ordens para retirar do ar perfis que expuseram imagens de documentos oficiais de delegados e até fotos da esposa e do filho do delegado Fabio Shor, responsável pelas principais investigações envolvendo Jair Bolsonaro no STF.

Diante da insistência, Moraes passou a adotar medidas mais rigorosas. Entre elas, a imposição de multa diária, até culminar com a suspensão da rede, decretada pelo ministro do STF e chancelada por todos os demais integrantes da 1ª Turma do STF.

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