Viúva é condenada por emboscada que levou à morte de pecuarista em SP
Simone Machado
Colaboração para o UOL, em São José do Rio Preto (SP)
19/09/2024 12h30Atualizada em 19/09/2024 12h31
O Tribunal do Júri condenou a dona de casa Elisângela Silva Paião pela emboscada que resultou na morte do marido dela, o pecuarista Airton Braz Paião, 54, no dia 21 de setembro de 2022, em Iepê, interior de São Paulo.
O funcionário público municipal Fabrício Severino Gomes Merilis, que participou da emboscada também foi condenado. A decisão saiu na quarta-feira (18) após dois dias de julgamento com 15 testemunhas sendo ouvidas.
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O que aconteceu:
Elisângela foi condenada a nove anos e quatro meses de prisão. As penas ser referem aos crimes de tentativa de homicídio e homicídio cometido mediante à traição ou emboscada, o que dificultou a defesa da vítima.
Elisângela está presa na Penitenciária Feminina, em Tupi Paulista (SP), e continuará cumprindo pena no local. A reportagem do UOL tentou contato com a defesa da condenada, porém não obteve retorno até a publicação da reportagem. Caso haja manifestação, o texto será atualizado.
Fabrício Severino Gomes Merilis foi condenado pelos dois crimes e deverá cumprir pena de quatro anos em regime aberto. o funcionário público estava preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) 'Tácio Aparecido Santana', em Caiuá (SP), desde a época do crime e foi solto após a sentença. "Após cerca de 18 horas de julgamento em Sessão Tribuna a defesa técnica conseguiu-se ao menos parcial procedência do seu pleito defensivo, ou seja, o afastamento da qualificadora de dissimulação", informou em nota os advogados Marcos Vinicius Alves da Silva e Laerte Henrique Vanzella Pereira, responsáveis pela defesa de Merilis.
Relembre o crime
O pecuarista Airton Braz Paião foi alvo de uma tentativa de homicídio, na área rural de Iepê, no dia 21 de setembro de 2022. Ele foi atraído até o local em uma emboscada e levou quatro tiros na cabeça e uma facada nas costas. Apesar dos disparos, Paião se fingiu de morto e, após os atiradores deixarem o local, conseguiu pedir ajuda.
Socorrido, o pecuarista foi morto quatro dias depois enquanto estava internado. Ele levou tiros disparas os pelo soldado da Polícia Militar Marco Francisco do Nascimento, 30, que se matou em seguida, ainda dentro do hospital. O PM falou com uma irmã de Paião e pediu para que ela se retirasse do local, com o pretexto de estar acompanhando as investigações da tentativa de homicídio contra a vítima.
O fato de Elisângela não estar presente no velório do marido chamou a atenção dos policiais. Ela era casada com o pecuarista há cerca de 25 anos e tiveram dois filhos juntos. Segundo as investigações, a mulher mantinha um relacionamento extraconjugal com o PM.