Chefes da diplomacia de EUA e França pedem 'desescalada' no Oriente Médio
Os chefes da diplomacia de Estados Unidos e França instaram, nesta quinta-feira (19) em Paris, a uma "desescalada" no Oriente Médio, diante dos temores crescentes de uma guerra total na região após os ataques contra o Hezbollah libanês atribuídos a Israel.
"França e Estados Unidos estão unidos para pedir moderação e instar uma desescalada de tensões no Oriente Médio em geral e no Líbano em particular", declarou o secretário de Estado Antony Blinken, após se reunir com o chanceler francês, Stéphane Sejourné.
"Não queremos ver qualquer escalada em nenhum dos lados", o que comprometeria o objetivo de um cessar-fogo no conflito em Gaza, acrescentou.
A tensão na região aumentou após a explosão de pagers e walkie-talkies que deixou 37 mortos e quase 3.000 feridos nos redutos do Hezbollah no Líbano, na terça e na quarta-feira.
O chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, reconheceu que essas explosões foram um "duro golpe", que ele atribuiu a Israel, e prometeu "punição justa".
Israel não comentou estas explosões, mas o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, declarou na quarta-feira que o "centro de gravidade" da atual guerra contra o movimento palestino Hamas em Gaza está se movimentando "para o norte", na fronteira com o Líbano.
Nesta quinta-feira, ele garantiu que as "ações militares" contra o Hezbollah "continuarão".
As explosões ocorreram quando Blinken estava no Egito para discutir sobre as negociações de trégua em Gaza.
Durante sua passagem por Paris, o secretário de Estado americano pretende informar a Séjourné e aos ministros das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, e do Reino Unido, David Lammy, sobre estes esforços, confirmaram fontes diplomáticas. A Alemanha também estará representada.
A reunião entre os chefes da diplomacia "se concentrará na crise no Oriente Médio", embora também aborde o "fortalecimento do apoio à Ucrânia", disse Tajani em comunicado na noite de quarta-feira.
A agenda de Blinken também inclui um encontro com o presidente francês, Emmanuel Macron, que fez um apelo à "todas as partes para agirem para evitar a guerra", durante uma conversa telefônica com líderes libaneses.
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