Ao reconhecer vitória de opositor venezuelano, Parlamento Europeu agradece papel do Brasil
O Parlamento Europeu reconheceu, nesta quinta-feira (19), o opositor Edmundo González Urrutia como o "presidente legítimo e democraticamente eleito" da Venezuela, depois da contestada reeleição de Nicolás Maduro em 28 de julho. Os eurodeputados também saudaram o papel de atores regionais, como o Brasil, na pressão exercida pela comunidade internacional sobre o regime do atual presidente.
Em uma resolução aprovada por 309 votos a favor, 201 contra e 12 abstenções, os eurodeputados pedem que a comunidade internacional exerça "toda a pressão possível sobre o governo de Maduro e o seu círculo mais próximo para que aceitem a vontade democrática do povo venezuelano, reconhecendo Edmundo González Urrutia como presidente legítimo e democraticamente eleito da Venezuela". Os deputados europeus pediram que o bloco e seus Estados-membros façam "todo o possível" para garantir que o opositor possa "assumir o cargo em 10 de janeiro de 2025".
A resolução afirma que Urrutia e Maria Corina Machado são líderes das forças democráticas na Venezuela, rejeitando o resultado oficial, mas extremamente contestado, que deu a vitória a Nicolás Maduro. Os europeus também lembram que relatórios das missões internacionais de observação mostraram que a eleição venezuelana não respeitou as normas internacionais de integridade eleitoral e condenam as mortes e as prisões na onda de protestos contestando o resultado da votação.
Na prática, trata-se de uma resolução que tem um efeito simbólico, de posicionamento. Mas o Parlamento Europeu manifestou a intenção de restabelecer sanções contra o regime venezuelano e contra o próprio Maduro.
"Papel" dos vizinhos
No comunicado oficial, os eurodeputados "saudaram o papel desempenhado pelos governos do Brasil, Colômbia e do México" na crise desencadeada pela não publicação das atas eleitorais. Eles também pediram que os atores regionais se junte à comunidade internacional para pressionar o regime de Maduro a respeitar as regras democráticas.
"Se isso não acontecer, o Parlamento alerta para um novo êxodo migratório para outros países da região, semelhante ao que levou quase oito milhões de venezuelanos a fugir do país nos últimos anos", avisa o Parlamento Europeu em seu comunicado.
Urrutia continua exilado na Espanha
Edmundo Gonzalez Urrutia está atualmente exilado na Espanha. O opositor diz ter sido vítima de uma chantagem por parte do governo de Nicolás Maduro para deixar o país.
O governo venezuelano publicou na quarta-feira (18) uma carta assinada por Urrutia, na qual ele garante que "respeita" a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) que validou a reeleição do atual presidente. Mas em um vídeo gravado da Espanha, o opositor explicou que assinou essa carta "sob coação" para poder deixar o país e buscar asilo político.
(Com agências)
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