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Após recorde de mortes, governo antecipa campanha contra dengue

O presidente Lula (PT) e a ministra Nísia Trindade, da Saúde, em coletiva sobre a dengue - Reprodução/YouTube/CanalGov
O presidente Lula (PT) e a ministra Nísia Trindade, da Saúde, em coletiva sobre a dengue Imagem: Reprodução/YouTube/CanalGov
do UOL

Do UOL, em Brasília

18/09/2024 11h57Atualizada em 18/09/2024 12h26

O governo federal anunciou a antecipação da campanha de combate à dengue para o verão de 2024/2025, após recorde de mortes neste ano pela doença.

O que aconteceu

O anúncio foi feito pelo presidente Lula (PT) em entrevista no Palácio do Planalto nesta manhã. Será um investimento total de R$ 1,5 bilhão, segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

O país bateu recorde de mortes em 2024. Até o início de setembro, foram 5.250 óbitos confirmados e mais 1.996 em investigação, segundo dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde, quase cinco vezes maior que o total de 2023 quando o país atingiu a marca de 1.179 mortes.

Os investimentos já estão alocados no orçamento do Ministério da Saúde, mesmo com o contingenciamento de gastos. "Isso envolve desde vacinas a portarias emergenciais, com planos de ação. Nós queremos reforçar isso para que chegue mesmo na ponta", disse Nísia.

    O Brasil acompanha a alta no continente. Em junho, as Américas ultrapassaram o registro de 10 milhões de casos no primeiro semestre, maior número em 40 anos.

    Na coletiva, Lula atrelou a antecipação ao aquecimento global. "Dessa vez, com a questão climática evoluindo, para que o planeta fique mais aquecido, nós resolvemos antecipar o lançamento da nossa campanha para que a gente tenha tempo, não apenas o ministério, mas preparar a sociedade brasileira", disse o presidente.

    Serão seis eixos de enfrentamento:

    1. Prevenção
    2. Vigilância
    3. Controle vetorial
    4. Organização de rede assistencial
    5. Preparação e resposta à emergências
    6. Comunicação e participação comunitária

    As ações do governo também devem envolver diálogo com sociedade e prefeituras. "A dengue também está relacionada, é importante dizer, a condições de saneamento, envolvendo limpeza urbana, condições de moradia", afirmou Nísia.

    A vacina terá uma implantação "progressiva", afirmou Nísia. "Essas doses, no ano passado, foram pactuadas com estados e municípios, a partir de dados, como seriam distribuídos. Nesse ano, ainda faremos essa pactuação. São 9 milhões de doses, considerando também esse estudo de cenários."

    O governo deverá experimentar ainda o uso de disseminação de mosquitos estéreis em áreas indígenas. "Vamos criar a biofábrica de aedes aegypti com a volbáquia [bactéria capaz de anular o vírus da dengue], para que possamos disseminar também em aldeias indígenas", afirmou Nísia.

    Se Deus ajudar, a gente quer ter o verão com menos dengue na história desse país. Todo verão nós somos vitimados pelo crescimento da dengue e de outras doenças. E, desta vez, com a questão climática evoluindo para que o planeta fique mais aquecido, resolvemos antecipar o lançamento da nossa campanha.
    Lula, presidente da República

    A hora, agora, é de cuidar, de prevenir e evitar, mas nós temos consciência que não se resolve [só com prevenção], que é um problema que vamos melhorar, não tem dúvida.
    Nísia Trindade, ministra da Saúde

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