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Europa avalia estragos após enchentes provocadas pela passagem da tempestade Boris

18/09/2024 15h32

Subiu para 23 nesta quarta-feira (18) o balanço de mortos vítimas das enchentes provocadas pela tempestade Boris, que atingiu a Europa Central e o Leste Europeu. O saldo foi revisto após a polícia da República Tcheca ter encontrado o corpo de uma mulher que estava desaparecida.

Com informações de Adrien Sarlat, correspondente da RFI em Polônia, e agências

Desde a semana passada, vendavais e fortes chuvas atingiram vários países da região central e oriental da Europa e deixaram cinco mortos na Áustria, sete na Polônia e sete na Romênia. Na República Tcheca, a polícia informou a descoberta do corpo de uma mulher de 70 anos que estava desaparecida desde domingo na localidade de Kobylá nad Vidnavkou. No total, quatro pessoas morreram e oito seguem desaparecidas no país, onde as intensas chuvas provocaram inundações que destruíram casas, perturbaram o transporte por estradas e vias férreas, e geraram cortes de eletricidade.

Do lado da Polônia, o maior país europeu atingido pelas enchentes, as autoridades avaliam os danos causados pela tempestade, a mais forte já registrada na história local. Mesmo se a chuva parou, muitas cidades continuam inundadas e outras estão ameaçadas por barragens que correm o risco de ceder.

Em Zagan, no oeste do país, a população está em alerta. O prefeito desta cidade situada perto da fronteira com a Alemanha ordenou na manhã desta quarta-feira a retirada imediata de todos os seus moradores.

Rompimento de dique coloca cidades em risco

Há temores de que as ruas de Zagan sejam submersas nas próximas horas após o rompimento do dique de uma represa próxima. Muitas zonas que antes haviam sido relativamente ou até mesmo completamente poupadas agora estão ameaçadas por essas inundações tardias, inclusive grandes cidades, como Opole e Breslávia.

O estado de desastre natural foi declarado na Polônia por um período de até 30 dias, ou seja, em meados de outubro, já que as consequências da passagem de Boris devem continuar a ser sentidas aqui por algum tempo.

A tempestade está sendo classificada como o pior fenômeno do gênero registrado na região desde as inundações de 2002 que afetaram Praga, Dresden e Viena, segundo especialistas.

Mobilização política

Os líderes de quatro países atingidos pela tempestade Boris se reúnem com a presidente da Comissão Europeia, na quinta-feira, para discutir medidas de ajuda para lidar com os danos causados pelas enchentes. Os primeiros-ministros da Polônia (Donald Tusk), da República Tcheca (Petr Fiala), da Eslováquia (Robert Fico) e da Áustria (Karl Nehammer) se encontrarão com Ursula von der Leyen em Wroclaw, cidade de 670 mil habitantes no oeste da Polônia.

O chanceler austríaco já pediu que o mecanismo europeu de proteção civil fosse ativado. "Devemos usar e desenvolver os instrumentos que foram criados para desastres desse tipo", disse Karl Nehammer.

Os líderes também discutirão "uma melhor coordenação das medidas de proteção contra enchentes", segundo informou o chanceler em um comunicado citado pela agência austríaca APA, no qual enfatiza que "fenômenos climáticos violentos não param nas fronteiras nacionais".

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