Estudante é ferido em ataque com faca perto de escola japonesa no sul da China

PEQUIM (Reuters) - Um agressor esfaqueou e feriu um estudante em uma escola japonesa em Shenzhen, no sul da China, nesta quarta-feira, de acordo com uma autoridade chinesa, o segundo ataque dessa natureza perto de instalações educacionais japonesas no país nos últimos meses.

O ataque ocorreu em uma data delicada, o aniversário de um incidente em 1931 que desencadeou a guerra entre a China e o Japão.

"Um estudante de 10 anos de uma escola japonesa em Shenzhen foi esfaqueado por um homem a cerca de 200 metros do portão da escola", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian.

O aluno foi imediatamente levado ao hospital e o agressor foi preso no local, disse.

A polícia de Shenzhen afirmou que um jovem foi esfaqueado por volta das 8h00, horário local. O suspeito do ataque tem o sobrenome Zhong e 44 anos de idade, disse a polícia em um relatório, sem informar o motivo.

Nem o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores e nem o relatório da polícia informaram a nacionalidade da vítima, mas a imprensa japonesa disse que o estudante era um menino japonês.

O site da Escola Japonesa de Shenzhen, localizada no mesmo distrito do escritório da polícia que emitiu o relatório, diz que ela é para crianças de nacionalidade japonesa.

"O caso ainda está sendo investigado. A China continuará a tomar medidas eficazes para proteger a segurança de todos os estrangeiros no país", disse Lin.

Esse incidente ocorre após um semelhante em junho, quando um homem atacou um ônibus usado por uma escola japonesa na cidade de Suzhou, no leste do país, resultando na morte de um cidadão chinês que tentou proteger uma mãe japonesa e seu filho do agressor.

O vice-secretário-chefe de gabinete do Japão, Hiroshi Moriya, disse nesta quarta-feira que Tóquio solicitou à China que impedisse que esse tipo de ataque ocorresse novamente. O Japão também enviou autoridades para a área para prestar apoio.

"O Japão continuará a trabalhar em estreita colaboração com as autoridades chinesas e fará todos os esforços para garantir a segurança de seus cidadãos em outros países", disse, em entrevista coletiva.

Posteriormente, o vice-ministro das Relações Exteriores do Japão, Masataka Okano, convocou o embaixador chinês no Japão e transmitiu grave preocupação pelo incidente.

A quarta-feira marca o 93º aniversário do Incidente de Mukden, um evento de "bandeira falsa" encenado pelos militares japoneses que desencadeou a invasão do país vizinho. Cerca de 14 milhões de chineses morreram e outros 100 milhões se tornaram refugiados na guerra que se seguiu, segundo estimativas dos historiadores.

(Reportagem de Liz Lee e Joe Cash, em Pequim, e Kaori Kaneko e Kiyoshi Takenaka, em Tóquio)