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Quem são os deputados do PL denunciados por corrupção em emendas

Deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Bosco Costa (PL-SE) e Pastor Gil (PL-MA) foram denunciados pela PGR - Cleia Viana/Câmara dos Deputados, Reprodução/Câmara dos Deputados
Deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Bosco Costa (PL-SE) e Pastor Gil (PL-MA) foram denunciados pela PGR Imagem: Cleia Viana/Câmara dos Deputados, Reprodução/Câmara dos Deputados
do UOL

Colaboração para o UOL

18/09/2024 05h30

A Procuradoria-Geral da República denunciou três deputados federais por suspeita de corrupção no uso de emendas parlamentares. Conheça os nomes envolvidos na denúncia.

O que aconteceu

Aguirre Talento, colunista do UOL, publicou detalhes do caso. Segundo a reportagem exclusiva, a PGR (Procuradoria-Geral da República) apresentou denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra três deputados federais, que fazem parte do chamado baixo clero da Câmara. Todos fazem parte do PL (Partido Liberal), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, e são acusados dos crimes de corrupção passiva e organização criminosa.

A denúncia é sigilosa e os autos estão sob relatoria de Cristiano Zanin. O ministro já determinou a intimação dos acusados para apresentar defesa prévia. Em sequência, a Primeira Turma do STF deve julgar se transforma os acusados em réus.

Caso denunciado investiga envio de emendas dos três parlamentares para a Prefeitura de São José de Ribamar (MA). Segundo a PGR, os deputados enviaram recursos para o município com a intenção de desviar o montante e obter a devolução de parte dessas emendas. De acordo com o inquérito, o desvio seria de R$ 1,6 milhão.

Conheça os deputados envolvidos

Josimar Maranhãozinho (PL-MA)

Formado em administração pela Universidade Anhanguera em São Luís, iniciou a vida política como prefeito. Josimar foi responsável pela gestão de Maranhãozinho (MA), cidade que rendeu seu apelido atual, entre 2005 e 2012 pelo PR.

Como deputado, cumpre segundo mandato. Josimar Cunha Rodrigues foi eleito em 2018 e em 2022 pelo Maranhão. Segundo o portal da Câmara dos Deputados, Maranhãozinho é autor de diferentes projetos, entre eles um que busca disponibilizar "o acesso de clientes às cozinhas de estabelecimentos que comercializam alimentos preparados para consumo".

25 pessoas trabalham no gabinete do deputado. Segundo registros da Câmara, cada um dos secretários parlamentares de Maranhãozinho recebe mais de R$ 5 mil.

Deputado foi indiciado pela Polícia Federal em três inquéritos diferentes. Além do caso envolvendo a prefeitura de São José de Ribamar, duas investigações que também envolvem suspeita de desvios de emendas parlamentares seguem em avaliação pela PGR para eventual apresentação de denúncia. O caso no qual Maranhãozinho foi flagrado em vídeos carregando caixas de dinheiro está com a PGR desde dezembro de 2021, ainda na gestão de Augusto Aras, mas até hoje não teve uma definição.

Nas redes sociais, Maranhãozinho já postou foto fazendo o "L", em alusão a Lula, e participou de uma conferência do PCdoB, partido de esquerda. Na eleição de 2022, não fez campanha pública para o colega de partido, Jair Bolsonaro, na corrida à Presidência.

Segundo reportagem do UOL de agosto de 2023, Maranhãozinho era o representante do PL que mais recebeu valores em emendas do governo. Empatado com Vermelho (PL-PR), o deputado havia recebido até então um montante de R$ 20,6 milhões.

Nas eleições de 2018, Maranhãozinho foi o deputado federal mais votado no Maranhão. Na ocasião, o político recebeu 195.768 votos, de acordo com os registros do TRE-MA. Em 2022, foi o terceiro mais votado, com 158.360 votos.

Bosco Costa (PL-SE)

Membro do Conselho de Ética, João Bosco da Costa tem vida longa na política. O atual deputado foi prefeito de Moita Bonita (SE) pelo PDS entre 1989 a 1992. Em 1995, foi eleito deputado estadual no Sergipe pelo PPR. Já pelo PPB, foi novamente eleito deputado estadual em 1999.

Assumiu como deputado federal suplente em julho de 2024. Bosco Costa é titular da Bancada Negra da Câmara dos Deputados e da Comissão de Viação e Transportes.

Foi um dos autores de emenda "destinada a investigar o uso político dos institutos de pesquisas eleitorais a fim de influenciar o resultado das eleições em favor de determinados candidatos, partidos ou espectro político". Junto a Bosco Costa, nomes como Carla Zambelli e Marco Feliciano também assinavam o projeto, que consta como arquivado.

Com salário de R$ 44 mil, deputado recebe auxílio moradia. O benefício é disponibilizado aos deputados que não ocupam um dos 447 apartamentos funcionais que a Câmara tem em Brasília. Bosco Costa recebe pouco mais de R$ 4 mil reais mensais neste benefício.

Atualmente, o deputado não tem nenhuma proposta legislativa de sua autoria na Câmara. Bosco Costa também não apresenta nenhuma proposta que tenha sido relatada pela Casa em 2024.

Pastor Gil (PL-MA)

Formado em jornalismo, o deputado estudou na Universidade Federal do Maranhão e é pastor na Assembleia de Deus. Pastor Gil cumpriu o primeiro mandado no cargo entre 2019 e 2023 pelo PMN. Em seu segundo mandato, o político representa o PL, partido em que foi vice-líder entre 2022 e 2023.

É um dos autores de um requerimento pela prisão do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. A REQ 85/2024, que aguarda pauta na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), pede o "envio de indicação ao Poder Executivo, sugerindo que o Presidente da República encaminhe pedido ao Procurador do Tribunal Penal Internacional solicitando a emissão de mandado de prisão contra o ditador Nicolás Maduro".

Pastor Gil já gastou mais de 99% da sua verba de gabinete, de acordo com o portal da Câmara. O deputado tem passaporte diplomático e conta com 14 pessoas em sua equipe, sendo que uma delas tem "cargo de natureza especial", com remuneração acima de R$ 8 mil.

O que eles dizem sobre a denúncia

O deputado Josimar Maranhãozinho não retornou os contatos feitos pela reportagem. Anteriormente, ele já havia negado o envolvimento com irregularidades e disse que iria provar sua inocência nos processos. As defesas de Bosco Costa e Pastor Gil afirmaram que não iriam se manifestar sobre a denúncia.

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