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López Obrador insiste em evitar confrontos em meio a conflito do narcotráfico em Sinaloa

17/09/2024 18h52

O governo mexicano persistirá em sua estratégia de evitar o enfrentamento de grupos criminosos no estado de Sinaloa, onde oito dias de guerra interna de um poderoso cartel de drogas deixaram pelo menos 32 mortos, disse o presidente Andrés Manuel López Obrador nesta terça-feira (17).

Desde 9 de setembro, o conflito entre facções do Cartel de Sinaloa, um dos mais importantes do país, tem causado conflitos armados, bloqueios de vias e uma sensação generalizada de insegurança, afetando mais de um milhão de habitantes neste estado da costa do Pacífico.

Há pelo menos 30 civis - 22 em Culiacán, a capital estadual - e dois militares mortos, segundo um levantamento da Secretaria da Defesa (Sedena, Exército).

Dados do governo estadual, por sua vez, indicavam 39 mortos até segunda-feira, sem especificar se todas as vítimas estão relacionadas ao conflito interno do cartel.

"A proteção aos cidadãos, isso vem primeiro, que o povo de Sinaloa tenha confiança de que estamos lá (...) para protegê-los", afirmou López Obrador durante sua coletiva de imprensa diária.

O presidente acrescentou que "parte dessa primeira tarefa" é evitar que os grupos criminosos "entrem em confronto e que vidas sejam perdidas".

As forças de segurança já sofreram 13 ataques, nove contra o exército e quatro contra a Guarda Nacional, que resultaram em nove militares feridos, detalhou o chefe da Sedena, Luis Cresencio Sandoval, durante a coletiva presidencial.

Ele acrescentou que 30 membros de organizações criminosas foram presos e que 2.200 efetivos das forças de segurança estão na área.

A presidente eleita Claudia Sheinbaum, aliada de López Obrador e que assumirá o poder em 1º de outubro, apoiou a postura do atual governante de priorizar a proteção da população e evitar um aumento na violência.

"No momento do confronto, entrar com poder de fogo geraria uma guerra", afirmou Sheinbaum à imprensa.

A violência em Sinaloa decorre da prisão, em 25 de julho, nos Estados Unidos, de Ismael Zambada García, um chefe do tráfico conhecido como "El Mayo", reconheceu na semana passada o governador estadual, Rubén Rocha Moya.

Ex-parceiro de Joaquín "El Chapo" Guzmán e cofundador do Cartel de Sinaloa, "El Mayo" foi preso com um dos filhos de Guzmán, a quem acusa de tê-lo traído e entregado às autoridades americanas, desencadeando assim o conflito interno no grupo criminoso.

jla/arm/ic/jb

© Agence France-Presse

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