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Governo quer solução contra 'dependência' por jogos eletrônicos, diz Haddad

Zanone Fraissat/Folhapress
Imagem: Zanone Fraissat/Folhapress
do UOL

Do UOL, em São Paulo (SP)

17/09/2024 11h13

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou nesta terça-feira (17) que existe uma "pandemia" responsável pela dependência psicológica dos jogos eletrônicos no Brasil. Ele avalia ser necessário atuar com o Ministério da Saúde para "colocar ordem" na situação.

O que aconteceu

Haddad defendeu regulamentação dos jogos de azar no Brasil. O ministro avalia que houve retrocesso desde legalização dos jogos eletrônicos, em 2018. "Temos que começar a enfrentar a dependência psicológica dos jogos. [...] Isso virou um problema social grave e nós vamos enfrentar adequadamente, da maneira mais madura possível", afirma ele.

Ficou quatro anos sem regulamentação e estamos vendo a necessidade de começar a colocar ordem nisso e nos associarmos ao Ministério da Saúde.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Ministro afirma que o governo recebe relatos de dependência. Diante da situação, Haddad revela que a regulamentação busca "criar condições para dar amparo" e tratar as ferramentas como "entretenimento simples". "Toda e qualquer forma de dependência tem que ser tratada pelo Estado", declarou.

Endividamento das famílias com as apostas também preocupa. Haddad menciona que a regulamentação é apenas a primeira etapa do assunto. Ele prevê normas mais duras para a publicidade das bets e o bloqueio da utilização do cartão de crédito nas plataformas.

Nós temos que salvaguardar as famílias. Vamos pedir o apoio da sociedade civil para enfrentar esse problema. Nosso objetivo é tratar sobre essa assunto com a cautela devida. A distância entre a dependência e o entretenimento é muito tênue e nós precisamos saber a lidar com isso.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Bets são mais populares do que investimentos no Brasil. O último Raio-X da Anbima (Associação Brasileira das Entidades de Mercado) mostra que 14% da população (cerca de 22 milhões de pessoas) fez ao menos uma aposta online em 2023. No mesmo período, apenas 2% realizou aplicações na Bolsa. O único investimento que é "maior" que as bets é a poupança (25%).

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