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Controles de fronteira na Alemanha não afetarão a economia por enquanto, dizem economistas

17/09/2024 08h34

Por Maria Martinez

BERLIM (Reuters) - Controles temporários nas fronteiras oeste e norte da Alemanha para combater a imigração irregular não afetarão a maior economia da Europa além de criarem atrasos e complexidades para empresas, segundo economistas.

No entanto, os economistas alertaram que o impacto será mais grave se os controles temporários levarem a outras medidas que limitem a livre circulação no espaço Schengen sem fronteiras da União Europeia.

Controles mais rígidos entraram em vigor na segunda-feira nas fronteiras terrestres da Alemanha com a França, Bélgica, Luxemburgo, Holanda e Dinamarca por um período inicial de seis meses, marcando mais um retrocesso na livre circulação dentro da União Europeia.

"Parece que se trata de um movimento amplamente simbólico destinado a sinalizar uma linha mais rígida em relação à imigração ilegal, mas as medidas são de pequena escala e provavelmente não afetarão muito os negócios", disse Andrew Kenningham, economista-chefe da Capital Economics para a Europa.

Ele acrescentou que, se isso for o início de um movimento substancial no sentido de reintroduzir as fronteiras terrestres na UE, poderá ser muito significativo devido ao impacto sobre o transporte e como uma grande questão na política interna da UE.

Os varejistas alemães e as empresas de logística temem engarrafamentos, atrasos e custos mais altos.

O economista-chefe do Berenberg, Holger Schmieding, argumentou que pequenos atrasos nas entregas não farão uma grande diferença, porque o setor não está operando em sua capacidade total.

O setor industrial alemão, que enfrenta altos custos de energia, fraqueza da demanda global e crescente concorrência da China, continua a ter dificuldades, como mostrou o último Índice de Gerentes de Compras (PMI) do HCOB em agosto.

"É um incômodo, mas o impacto econômico provavelmente será pequeno", disse Schmieding à Reuters.

As novas medidas podem aumentar os custos, disse Schmieding, mas provavelmente não a ponto de afetarem visivelmente os preços ao consumidor.

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