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Justiça mantém detidos 9 suspeitos de elos nas mortes de candidata e irmã

Rayane Alves Porto, candidata a vereadora, e Rithiely Alves Porto - Reprodução/Instagram
Rayane Alves Porto, candidata a vereadora, e Rithiely Alves Porto Imagem: Reprodução/Instagram
do UOL

Do UOL, em São Paulo

17/09/2024 18h52Atualizada em 17/09/2024 18h52

A Justiça de Mato Grosso manteve as prisões de quatro adultos suspeitos de envolvimento na morte das irmãs Rayane Alves Porto, 25, candidata a vereadora em Porto Esperidião (MT), e Rithiele Alves Porto, 28. O Judiciário do estado também analisou as apreensões de cinco adolescentes que teriam ligação com os assassinatos.

O que aconteceu

Os adultos — sendo três homens e uma mulher — tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva (por tempo indeterminado). Eles foram presos no sábado (14) e passaram por audiência de custódia no domingo (15), informou a Justiça de Mato Grosso ao UOL. A decisão pela conversão da prisão dos maiores de 18 anos foi assinada por Ricardo Garcia Maziero, juiz plantonista de Porto Esperidião.

O magistrado também analisou os autos de apreensão dos cinco adolescentes detidos por suspeita de envolvimento no caso. Ele aplicou a medida socioeducativa de internação dos adolescentes pelo prazo de 45 dias para posterior análise do juiz Marcos André da Silva, competente pela Vara da Infância da Comarca.

Outros detalhes não foram passados porque o processo tramita em sigilo por envolver adolescentes. Os nomes dos adultos presos também não foram divulgados. Desta forma, a reportagem não conseguiu encontrar as defesas para pedido de posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.

Dez suspeitos de envolvimentos no crime foram presos no sábado. Uma adolescente foi liberada porque "não tinha elementos suficientes que comprovassem que ela estava no local" do crime, esclareceu ao UOL o delegado Higo Rafael Ferreira, que está à frente do caso.

No domingo (11), um homem e um adolescente também chegaram a ser conduzidos pela Polícia Militar a uma delegacia por possível envolvimento no crime. Porém, Ferreira explicou que eles assinaram um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) por estarem com algumas porções de drogas e foram liberados. A Polícia Civil explicou que eles "não foram autuados por não haver comprovação dos indícios mínimos, até o momento, de participação delas nos crimes ocorridos". A liberação, todavia, não impede que eles sejam responsabilizados no decorrer do inquérito policial, explicou o delegado.

Torturas e mortes foram transmitidas

A sessão de tortura e as mortes das irmãs foram transmitidas por videochamada para um preso que pode ter encomendado o crime. Um dos executores permaneceu em videochamada por cerca de três horas com o suposto mandante. De acordo com o delegado à frente do caso, Higo Rafael, a polícia ainda não pode afirmar onde o tal preso está atualmente. "Segundo os detidos, a pessoa que estava na videochamada é um preso, porém só a investigação vai apontar o local onde ele se encontra", explicou.

Mas a suspeita é de que o preso esteja detido na PCE (Penitenciária Central do Estado). Em nota, a Secretaria de Segurança Pública estadual informou que isolou o suspeito. A pasta esclareceu que foi instaurado procedimento administrativo para apurar as questões relacionadas ao acesso de telefone celular de dentro da PCE.

Enquanto as vítimas eram torturadas, os executores teriam cumprido as ordens do preso. A polícia investiga uma disputa entre facções rivais como motivação para o crime. Dias antes dos assassinatos, Rayane e Rithiely teriam tirado uma foto fazendo um gesto associado a um dos grupos.

Segundo o delegado, não há indícios de que as vítimas tenham envolvimento com nada ilícito. As duas irmãs foram mortas a facadas após serem sequestradas na saída de uma festa no sábado (14).

O delegado informou que o irmão das vítimas e o namorado de Rithiele também foram levados ao cativeiro. Um deles contou à polícia que pulou o muro para escapar do cativeiro e conseguiu fazer a denúncia. O outro rapaz foi torturado, teve uma das orelhas e um pedaço do dedo cortado. Ele foi socorrido após agentes encontrarem o cativeiro.

Dias antes dos assassinatos, Rayane e Rithiely teriam tirado uma foto fazendo um gesto associado a um dos grupos - Reprodução - Reprodução
Dias antes dos assassinatos, Rayane e Rithiely teriam tirado uma foto fazendo um gesto associado a um dos grupos
Imagem: Reprodução

Os suspeitos maiores de 18 anos foram autuados em flagrante. Eles vão responder por sequestro e cárcere privado, tortura, duplo homicídio, homicídio tentado, lesão corporal, associação criminosa e corrupção de menores. Já os adolescentes serão autuados em ato infracional análogo aos mesmos crimes.

O Republicanos, partido ao qual Rayane era filiada, lamentou o crime. "Esperamos que as circunstâncias desse crime bárbaro sejam rapidamente esclarecidas pelas autoridades responsáveis, e os autores, devidamente punidos."

Vídeo mostra quando vítimas foram sequestradas

Um vídeo de uma câmera de segurança mostra o momento em que as quatro vítimas são sequestradas. As imagens mostram o grupo caminhando em uma calçada, rendidos pelo grupo de criminosos. De acordo com a polícia, eles foram obrigados a seguirem para uma casa na região central da cidade.

O delegado esclareceu que as imagens foram registradas pouco antes da morte das duas irmãs. No vídeo, é possível ver Rayane e Rithiely acompanhadas do irmão e do namorado de Rithiely. A gravação também mostra alguns suspeitos de envolvimento na tortura e morte das irmãs.

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