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Após cadeirada, controle emocional vira prioridade no debate RedeTV/UOL

Candidatos à Prefeitura de São Paulo participam de debate RedeTV!/UOL - Montagem Arte / UOL
Candidatos à Prefeitura de São Paulo participam de debate RedeTV!/UOL Imagem: Montagem Arte / UOL
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Do UOL, em São Paulo*

17/09/2024 05h30Atualizada em 17/09/2024 07h51

Após a cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB), o controle emocional e uma comunicação menos violenta viraram prioridade dos demais candidatos à Prefeitura de São Paulo para o debate RedeTV!/UOL às 10h20 desta terça-feira (17).

Clique aqui para assistir ao debate ao vivo

O que aconteceu

Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo) querem se contrapor ao episódio de agressão física que marcou o último debate. A ideia é aproveitar o encontro desta terça para se mostrarem como candidatos equilibrados e sensatos — os seis confirmaram presença.

Aliados de Datena esperam que Marçal mude o tom. No entanto, a expectativa é que o ex-coach mantenha as acusações contra o tucano, além do ataque aos demais adversários. A orientação da equipe de Datena que é ele abandone debate se hover muita agressão ou ofensa.

Os protagonistas da briga confirmaram presença no debate. Nunes, Boulos, Tabata e Marina Helena também participarão. O encontro será transmitido ao vivo na home page UOL e no YouTube do UOL.

Campanhas dizem que presença de Marçal gera um "estado de atenção permanente". Na campanha de Nunes, o sentimento é de que "haverá baixaria a qualquer momento", disse um interlocutor do prefeito. "Não dá para baixar a guarda, ele é traiçoeiro", afirmou. Já a campanha de Boulos entende que Marçal quer "arrastar todo mundo pro pântano" e que é preciso garantir o "mínimo de civilidade".

Aliados de Boulos afirmam que ele quer se concentrar em discutir propostas e vai buscar "civilidade" no debate. "Estamos nos preparando com naturalidade, esperando que haja um debate civilizado. Temos procurado debater propostas, não entrar em provocações", afirmou o deputado federal Rui Falcão (PT), um dos coordenadores da campanha, ao UOL.

O candidato do PSOL deve focar suas críticas a gestão Nunes, como fez no debate da TV Cultura. A ideia é mostrar as "incongruências" da gestão, mas apresentando soluções. O psolista está empatado tecnicamente (25%) com o emedebista (27%), que lidera numericamente as intenções de voto, segundo o último Datafolha.

Campanha de Nunes diz que ele deve manter a estratégia de falar dos feitos de sua gestão e criticar pontos que enxerga como falhas nos rivais. A campanha espera que surjam tentativas de "fragilizá-lo", sobretudo, por parte do adversário Boulos. Mesmo diante dessa perspectiva, aliados afirmam que "quanto menos confusão, melhor para ele" — já que Nunes tem apresentado crescimento nas últimas pesquisas de intenção de voto.

Pesquisas internas do MDB sinalizam que Nunes estaria conquistando mais votos entre eleitores de direita. Segundo essas análises, o comportamento de Marçal após a agressão de Datena teria sido considerado "exagerado" por uma parte do eleitorado. Diante disso, a expectativa é que ele conquiste um percentual de votos de eleitores de direita inclinados a votar no candidato do PRTB.

Tabata deve usar cadeirada em Marçal para convencer o eleitor que os seus adversários homens não são maduros o suficiente. A campanha diz que ela pretende seguir com os vídeos nas redes sociais, mas desta vez mostrando que o machismo e falta de equilíbrio demonstrados não combinam com a disputa pela Prefeitura de São Paulo.

A candidata do PSB quer destacar que além de madura, tem as melhores propostas. "A gente já vinha seguindo uma linha de diferenciar o jeito equilibrado dela ao comportamento imaturo dos adversários homens", explica o marqueteiro de Tabata, Pedro Simões. "As cenas de domingo só reforçam."

Nesta segunda-feira (16) ela já publicou um vídeo com cenas que mostram Marçal, Datena, Nunes e Boulos em cenas violentas durante debates. Ao final do vídeo, ela questiona "você deixaria algum desses homens cuidar dos seus filhos?" e se coloca como a única capaz de "dar um tempo nessa baixaria".

Interlocutores de Marina Helena afirmam que a estratégia dela será a mesma dos demais debates com apresentação de propostas. "Ela é super tranquila", diz uma fonte da campanha. A candidata do Novo estava ao lado de Marçal e a cadeira dela foi usada por Datena durante a agressão.

Marçal x Datena

Aliados de Marçal afirmaram ao UOL que tentavam entender na segunda (16) o que havia ocorrido no domingo. A expectativa é que o ex-coach mantenha as acusações contra Datena — como fez nas redes sociais — e continue nos ataques aos demais adversários.

A campanha do candidato do PRTB entrou em contato com a organização do evento para reforçar a segurança. Como já havia sido acordado com as equipes, cada candidato terá um profissional de segurança no estúdio.

"Se começar muita agressão ou ofensa, ele sai", decidiu a equipe de Datena. A campanha diz que a orientação já existia antes do apresentador agredir Marçal, mas foi reforçada depois do debate da TV Cultura.

Como será debate

Encontro será dividido em cinco bloco, com perguntas de jornalistas e confrontos diretos entre os candidatos. A RedeTV! decidiu fixar no chão as banquetas que serão usadas pelos políticos.

Candidatos que não seguirem as regras serão advertidos pela mediadora Amanda Klein, da RedeTV!. Caso haja novo descumprimento, os participantes poderão ser suspensos do bloco e depois, convidados a se retirar do estúdio — os profissionais da equipe de segurança poderão ser acionados, se for considerado necessário.

A organização vetou o uso de celular ou câmera fotográfica no palco e pelos assessores durante o debate. Os candidatos também não poderão exibir qualquer documento ou objeto durante a participação do debate, nem poderão sair do púlpito estabelecido, salvo em caso de autorização da mediadora.

Os pedidos de direito de resposta serão avaliados pelo comitê arbitral, que inclui um advogado com conhecimentos em direito eleitoral. Caso a solicitação seja atendida, o candidato ofendido terá um minuto para se manifestar.

Participaram desta reportagem: Ana Paula Bimbati, Anna Satie, Bruno Luiz, Carla Jimenez, Laila Nery, Fabíola Perez e Saulo Pereira Guimarães, do UOL, em São Paulo

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