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OPINIÃO

Sakamoto: Marçal exagerou no vitimismo da cadeirada e isso pode custar caro

do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/09/2024 19h01Atualizada em 16/09/2024 20h34

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) exagerou no vitimismo da cadeirada após agressão de José Luiz Datena (PSDB) no debate da TV Cultura, e isso pode custar caro à campanha, afirmou o colunista do UOL Leonardo Sakamoto durante participação no UOL News 2ª Edição desta segunda-feira (16).

Para sabermos quem ganhou esse debate, teremos que esperar o Datafolha, as pesquisas que vão sair ao longo da semana apontando a percepção da população a respeito do que aconteceu. Pablo Marçal tentou ao máximo capitalizar aquilo, vitimizou-se. Foi vítima de agressão? Foi, claro, mas uma agressão mais leve do que ele fez crer. Para alguém que tem orgulho de levar um grupo de seguidores ao alto do Pico dos Marins em uma escalada muito difícil, é estranho que, agora, pareça tão frágil ao eleitorado. É um tanto quanto esquisito, para não dizer teatral. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Marçal até tinha topado continuar no debate. Mas falou com assessores, desistiu, saiu andando do estúdio, não foi carregado em maca, entrou no carro dele e lá [decidiu] ir de ambulância. Na ambulância, botou máscara de ar para gravar vídeo. Tem cenas no hospital fazendo tomografia, nem quando o pessoal quebra a perna faz aquela cara. Então, ele está tentando capitalizar ao máximo todos esses momentos. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Sakamoto lembrou que não dá para comparar o episódio da cadeirada de Marçal com a facada que deixou o ex-presidente e então candidato Jair Bolsonaro em risco de morte há seis anos, em setembro de 2018, na cidade de Juiz de Fora (MG).

Ele tenta utilizar esse momento e se comparar ao de Bolsonaro, mas vamos ser objetivos: cadeirada não é facada. Apesar de ter sido agredido, [Marçal] passou longe de alguém que chegou a ter risco de morte de fato. Além disso, a facada naquele momento serviu para Bolsonaro não ir nos debates seguintes, porque ia mal neles. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Já Pablo Marçal teve uma recuperação a la Wolverine e Deadpool depois de fazer drama porque amanhã tem debate da RedeTV!/UOL. Ele tinha que estar bem, porque tem que participar. Como não tem tempo em TV, precisa usar os debates como trampolim eleitoral. Não foi facada, não foi tiro na orelha, nem tinha sniper como foi com o Trump, que explorou uma foto com seu sangue. Gerou uma foto de tipoia questionável. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Um lado negativo para ele é que poderá, com essa tática, ser considerado como "frouxo" pelo naco machista de seus seguidores. É claro que o bolsonarismo tem essa dualidade do homem que vai, quebra e arrebenta, e, ao mesmo tempo, apela ao coitadismo, que se vitimiza. Bolsonaro fazia muito isso. (...) Mas há uma possibilidade de que Marçal não consiga agregar votos com esse coitadismo porque se vendia como aquele que tudo pode. E do Datena estancar a sangria de votos [que estava perdendo] no meio desse processo todo, pois estaria em uma situação de legítima defesa. No final, é lamentável que a disputa à Prefeitura de São Paulo seja marcada por mentiras e violência física. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

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