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Incêndios no Brasil provocam reações de internautas nos portais franceses

16/09/2024 12h07

A série macabra de incêndios que se alastram pela Amazônia e outros estados do Brasil continua a ter forte repercussão na imprensa francesa e também entre internautas que reagem às reportagens. Nesta segunda-feira (16), os sites dos jornais Le Figaro, Le Monde e Libération publicam imagens da devastação no Parque Nacional de Brasília, onde o fogo chegou no domingo. As fotos dramáticas da vegetação queimando são comentadas pelos internautas.

A série macabra de incêndios que se alastram pela Amazônia e outros estados do Brasil continua a ter forte repercussão na imprensa francesa e também entre internautas que reagem às reportagens. Nesta segunda-feira (16), os sites dos jornais Le Figaro, Le Monde e Libération publicam imagens da devastação no Parque Nacional de Brasília, onde o fogo chegou no domingo. As fotos dramáticas da vegetação queimando são comentadas pelos internautas.

A agência de notícias AFP relata a emissão de créditos extraordinários fora dos limites fiscais decidida pela União e autorizada pelo Supremo Tribunal Federal para ajudar no combate às chamas, assim como as declarações do presidente Lula e o sobrevoo que ele fez da área ao lado da primeira-dama, Janja. No entanto, apesar da atuação do governo federal e do Judiciário, internautas publicam na rede X - ativa na França - comentários sobre os impactos dos incêndios alimentados pela seca histórica que o Brasil atravessa, parte deles de origem criminosa. 

O pesquisador em políticas ambientais Johan Dupuis, representante do Conselho Municipal de Lausanne, na Suíça, publica no X que "um novo ponto de inflexão no sistema terrestre está prestes a ser alcançado". Segundo ele, "os políticos de direita e os círculos empresariais tentam explicar que está tudo bem, enquanto os ecossistemas estão literalmente queimando diante dos nossos olhos". 

Na área de comentários do Le Monde, o engenheiro e ensaísta marroquino Driss Galli, assumidamente de direita e residente no Brasil, evoca o que chama de "hipocrisia" do G20, de ONGs ambientalistas e artistas beneficiados por subsídios públicos. Em seu comentário no X, Galli diz que neste momento em que o Brasil está à frente do G20, os demais países do grupo se calam ante a destruição da Amazônia e do Pantanal.

O jornal Ouest France relata que nos primeiros 12 dias de setembro, o Brasil registrou 49.266 focos de matas ardentes, mais do que em todo o mês de setembro de 2023, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. "Muitos focos são registrados em áreas essenciais para a biodiversidade, como a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal", aponta este jornal francês. São Paulo e o Rio de Janeiro estão sob ameaça do fogo, acrescenta Ouest France.

No sábado, no portal de notícias France Info, o internauta "Olivertender" chamou a atenção da redação por ter atribuído os incêndios à mudança climática, quando são provocados, conforme ele apontou, por "criminosos e atividade agrícola".  

Em setembro, em menos de duas semanas, o Brasil emitiu quatro milhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera, de acordo com observatório europeu Copernicus. Dispor de uma matriz energética limpa, como o governo brasileiro tem o hábito de propagar nos fóruns internacionais, é uma política louvável, mas insuficiente se o país não consegue agir de forma decisiva para prevenir e combater os incêndios florestais, sejam eles de origem natural ou criminosa.

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