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E a isenção? Veja quando carro elétrico acaba multado por rodízio em SP

Ronaldo Gama/Futura Press/Folhapress
Imagem: Ronaldo Gama/Futura Press/Folhapress
do UOL

Lucia Camargo Nunes

Colaboração para o UOL

16/09/2024 12h00

Os veículos eletrificados ou movidos a hidrogênio contam com isenção do rodízio municipal em São Paulo. O que poucos sabem, porém, é que ter um destes modelos não impede automaticamente que ele seja multado por circular durante a restrição, o que tem feito muitos motoristas receberem as autuações.

Como funciona

De acordo com as regras, apenas veículos eletrificados registrados no estado de São Paulo estão automaticamente livres do rodízio. Os modelos de outras localidades que circulam durante a restrição acabam sendo autuados, mas os proprietários podem entrar com recurso para ter a multa cancelada.

No caso de carros alugados (e geralmente emplacados fora de São Paulo), uma das maiores locadoras diz fazer a gestão dos recursos, mas o cliente será autuado e notificado. Cabe ao motorista informar à locadora que o carro eletrificado é isento e a empresa fará o recurso.

Dados mais recentes da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) aponta que em 2023 existiam 61,2 milhões de carros registrados no país. Só a capital paulista concentra 10,1% de toda a frota de automóveis do Brasil, ou 6,2 milhões.

Segundo dados da Neocharge, só na capital havia uma frota de 47.863 veículos eletrificados e elegíveis de isenção até junho passado, sem contar os modelos emplacados em outras cidades ou estados.

Híbrido pode poluir tanto quanto modelo só a gasolina

A isenção dos híbridos leves e convencionais, sem recarga externa, é criticada por Clemente Gauer, Corporate Affairs da Tupi Mobilidade. Ele diz que as montadoras estão prestes a lançar praticamente todos os modelos com algum nível de eletrificação.

Porém, criaram uma espécie de jabuticaba no Brasil. Ele usa a energia da bateria para dar um leve empurrãozinho. E dessa forma são considerados híbridos e se beneficiam da isenção do rodízio.

O híbrido-leve a que ele se refere utiliza uma bateria geralmente de 48V que auxilia o motor térmico em funções como arranque ou torque e melhora levemente o consumo, mas não é suficiente para tracionar o carro.

Gauer cita um levantamento da União da Bioenergia que indica que 70% dos motoristas abastecem carros flex com gasolina. "E isso se aplica, inclusive, aos híbridos. Do ponto de vista de emissões, é seríssima a questão. Esse benefício do rodízio deveria ser garantido para veículos realmente de baixa e zero emissão, como veículos 100% elétricos ou movidos a hidrogênio", defende.

Ele também alerta para dois poluentes lançados na atmosfera com o uso do etanol, embora seja um combustível muito mais limpo.

Os óxidos de nitrogênio, que causam severas irritações ao sistema respiratório, e os aldeídos, subproduto da queima do etanol, que é carcinógeno.

O executivo da Tupi Mobilidade sugere que, em uma eventual linha de corte, a prefeitura priorize veículos híbridos plug-in e elétricos.

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