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Datena x Marçal: O que dizem os protagonistas da cadeirada

do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/09/2024 13h47

A cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB) durante o debate dos candidatos à prefeitura de São Paulo na TV Cultura é vista como um atentado à democracia e uma grave agressão corporal pelo advogado Paulo Hamilton, coordenador jurídico da campanha de Marçal. Já o tucano José Aníbal, vice na chapa de Datena, classificou o ato como uma demonstração de indignação e defesa da honra frente às provocações do adversário.

O UOL News desta segunda (16) ouviu os dois representantes dos candidatos e o mediador do debate, Leão Serva nesta segunda-feira (6); confira o que disse cada um.

José Aníbal: Datena agiu certo, com reação correspondente à sua indignação

Candidato a vice na chapa de Datena, José Aníbal, presidente do diretório municipal do PSDB, defendeu a reação do candidato e atacou Marçal. Para Aníbal, Datena agiu em defesa de sua própria honra e da família.

A primeira resposta do Datena ontem foi muito serena. Ele mostrou que essa acusação é absolutamente improcedente e que ela já nem foi investigada pela polícia. Mas o cidadão vem e reitera e provoca mais. Ele tava querendo alguma coisa diferente.

Datena agiu certo. Ele teve uma reação correspondente à indignação que ele estava vivendo. Apesar de [Datena] colocar a verdade, ele [Marçal] falou, insistiu e ele ia continuar insistindo.

O tucano confirmou que Datena irá ao debate UOL/RedeTV de amanhã, mas ressaltou que Marçal atrapalha esses eventos.

Todo debate é um anticlímax com a presença desse cara, é um desastre. Ele vai tentar fazer a mesma coisa de novo.

Eu acho que o Datena já disse e fez o que tem que fazer. Ele agora [no debate de amanhã] vai fazer o que estava fazendo também no debate de ontem, falando de alguns propósitos da candidatura, focos em política pública.

Primeiro, o Datena disse: 'não vou perguntar a esse cidadão porque ele adultera tudo'. Vai usar esse procedimento, não vai perguntar para ele [Marçal]. O próximo passo também pode o Datena dizer o seguinte: 'Olha se começar por aí, eu me levanto e saio'.

O candidato a vice-prefeito também atacou Marçal, chamando-o por diversas vezes de bandido, vigarista e fraudador contumaz. Para Aníbal, o ataque feito prlo empresário à Datena, bem como aos demais adversários, é repulsivo.

Em relação à campanha de Datena, Aníbal avalia que a cadeirada pode trazer mais atenção para o apresentador.

Ao se mostrar tão verdadeiro e contundente quanto se mostrou, com alguns excessos, a tendência, ao meu ver, é ganhar mais atenção do eleitor e mais convicção de que ele [Datena] realmente é candidato a prefeito de São Paulo para disputar e vencer a eleição.

Advogado de Marçal vê agressão como atentado à democracia

Paulo Hamilton, advogado e coordenador jurídico da campanha de Pablo Marçal, afirmou que o caso será tratado na esfera criminal, mas não na eleitoral.

Hoje é um dia triste para a democracia. Nunca assisti a um atentado como o que ocorreu ontem. Nada justifica uma agressão física. Foi algo muito grave. Ele foi agredido com uma cadeira de ferro e poderia ter ocorrido uma fatalidade. É uma lesão corporal de natureza grave.

Não é uma questão que tenha reflexo no processo eleitoral. Evidentemente, há um reflexo criminal. Se pegar um promotor mais dirigente, eles costumam denunciar até por dolo eventual. Quando se joga uma cadeira na cabeça de alguém, assume-se o risco de produzir o efeito morte.

No momento, não vamos para esse lado [entrar com ação na Justiça Eleitoral]. Essa resposta o eleitor vai dar. Paulo Hamilton, advogado e coordenador jurídico da campanha de Pablo Marçal

Leão Serva: Marçal chamou Datena para mais briga após agressão

Mediador do debate na TV Cultura, o apresentador Leão Serva revelou que Marçal chamou Datena para continuar a briga após levar a cadeirada.

Houve uma separação de corpos e eles se afastam um do outro. Afastados os dois, Marçal o continua chamando para a briga: 'Vem aqui se é homem!'. Então o Datena pega mais uma cadeira, como quem vai lá. Nós o contivemos e pedi para que todo mundo se sentasse. Antes que Marçal voltasse ao seu lugar, comuniquei ao Datena que ele estava convidado a se retirar. Nesse momento, Marçal diz que não tem condições de continuar. Ele não estava manifestando dor e saiu andando.

Quando eu digo ao estúdio que Datena foi afastado do evento e que ele se retirou, Marçal disse: 'Não estou me retirando'. Ele voltou ao púlpito e Datena não estava mais lá. Nisso, Marçal veio a mim, já com outro semblante, reclamando de dor e falando que realmente não tinha condições de continuar. Aí ele foi embora.

Fechamos as portas [do estúdio] e demos continuidade aos trabalhos. Lá fora, houve uma escaramuça; a imprensa estava querendo entrar, o que o regulamento não permitia, e as duas assessorias, mas não acompanhei. Leão Serva, mediador do debate na TV Cultura

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